Integrantes vão reviver melhores momentos do Festival Folclórico de Etnias do Paraná, na primeira edição online do evento.
O Festival já é tradição no palco do Teatro Guaíra. Todos os anos, os grupos folclóricos associados à Aintepar se reúnem para celebrar a cultura e as danças das diferentes etnias que vivem no Paraná. Porém, em 2020, a pandemia de coronavírus afetou o calendário de apresentações e o evento precisou passar por uma adaptação para ser realizado de modo virtual, a partir do dia 15 de agosto.
O Centro de Tradições Brasileiras Querência Santa Mônica, com seus mais de 30 anos de atividades, resolveu então aproveitar o momento para inovar e criar uma apresentação que reforça a participação da tecnologia. Um tema que não poderia ser mais atual! Ao mesmo tempo em que estamos “sozinhos” em casa, a internet se tornou a principal ferramenta para ampliar e aproximar as relações entre os seres humanos, mesmo distantes.
Roger Esteves Filho é diretor artístico do grupo. Integrante do CTB há 9 anos, ele conta que o tema escolhido reflete muito essa saudade que todos estão sentindo das danças e das festas tradicionais. Um entusiasmo que sempre foi tão marcante para o grupo, mas que ao longo desse período de isolamento social abriu espaço para a solidariedade.
“O CTB é composto por 140 dançarinos e mais de 250 integrantes ativos, em todas as funções relacionadas a parte artística. E foi por meio da internet que, durante dois meses, realizamos uma grande gincana para arrecadar e doar alimentos e roupas a pessoas carentes, moradores dos bairros em torno do CTG. Criamos também algumas provas divertidas e conseguimos, com isso, manter o grupo unido e, ao mesmo tempo, atender a muita gente necessitada”.
A 1º Gincana Moniquense, finalizada em junho, arrecadou 268 cestas básicas, 5365 kg de alimentos, 450 litros de leite e 13299 peças de roupas. Um orgulho para todos do grupo que não mediram esforços para humanizar as relações virtuais em meio a pandemia, para que esse projeto acontecesse.
Porém, a saudade do Festival Folclórico de Etnias motivou a criação de um roteiro para a edição deste ano que pudesse relembrar os melhores momentos das últimas dez edições. O tema será uma viagem no tempo, trazendo vários integrantes relembrando seus personagens nas edições de 2010 a 2019, e contando um pouco da história de cada uma das apresentações.
O espetáculo do CTB no Festival será no dia 25 de agosto, às 20h, com transmissão nos canais oficiais do evento.
E apesar de toda essa saudade, Roger sabe que não é possível retomar as atividades logo, por isso garante que o CTB vai aguentar firme, pelo bem maior de todos.
“Sabemos que a cultura em si será uma das últimas atividades a voltar ao normal. E temos, por princípio, sempre zelar pelos nossos integrantes e familiares. Por esse motivo não pretendemos voltar as atividades antes da liberação total das autoridades de saúde. Enquanto o vírus estiver circulando, será sempre um risco ter qualquer atividade!"
Mesmo com grande número de integrantes, o grupo não teve o registro de nenhum caso de contaminação pela Covid-19. Entretanto, para isso, precisou-se abrir mão de uma série de atividades presenciais e eventos que, naturalmente, foram cancelados ao longo do ano.
“Em tempos normais, participaríamos de vários eventos e concursos, que foram cancelados e outros adiados. Dentre eles, o Festival Internacional Quintero Une Fronteras, no Chile, em março, que precisou ser cancelado. A pandemia nos deixou um ano praticamente sabático, mas tudo tem seu propósito”.
Roger destaca que, de alguma maneira, o inusitado trouxe um grande aprendizado a todos.
“Nesse tempo percebemos o quanto tudo aquilo que fazemos nos faz falta e o quanto amamos tudo isso! Que esse tempo sirva para nos reinventarmos e sermos cada vez melhores naquilo que nos propomos, que sejamos cada vez mais propagadores do folclore”.
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