Tendo como ponto de partida dois clássicos de Luis Buñuel, O Anjo Exterminador e O Discreto Chame da Burguesia, Os Pálidos reflete sobre estados de inércia, paralisação e anestesia, em um ato urgente de pensar o mundo e a cena. A peça será apresentada até 1º de outubro, de segunda a quinta, às 20h, na sede da companhia, Rua São Francisco, 35 - Centro. (Classificação etária: 12 anos)
Com texto e direção de Sueli Araujo, o espetáculo acontece em dois ambientes simultaneamente, dividindo a plateia e propondo um diálogo permanente com o público, recortando-o e sugerindo todo tipo de cisão. Em cena, em vez de personagens tradicionais, os atores exploram vozes contraditórias, visões de mundo e formas de pensamento e conduta que tentam forjar uma atitude, construir um gesto que faça a diferença no mundo.
No elenco estão Anne Celli, Ciliane Vendruscolo, Greice Barros, Luiz Bertazzo e Rafa di Lari.
(Fotos: ElenizeDezgeniski)
Ao mesmo tempo em que o espetáculo aciona um tipo de humor desestabilizante e estabelece pontos de relação com o espectador, cria espaços de discussão sobre criação de condições de sobrevivência e de formas de estar junto. São situações em que um tipo de micropolítica está sugerida.
Em Os pálidos, artistas e público buscam saídas e entradas em um jogo potente de presença. Trabalha com a ideia de que, segundo Eliane Brum: “estamos esvaziados de ilusões e de formas, aquele que precisa construir um rosto tem medo. Em vez de disputar democraticamente, o que dá trabalho e envolve perdas, prefere o caminho preguiçoso da adesão. E adere àquele que grita, saliva, vocifera, confundindo oportunismo com força, berro com verdade”. É sobre o contexto atual que vivemos e sobre escolhas.