A CAIXA Cultural Curitiba encerra nesse fim de semana o período da mostra "Portinari – A construção de uma obra". O público curitibano terá somente até o dia 22 de abril apara conferir a exposição composta por esboços, desenhos e estudos que revelam o processo criativo do artista, além de oito esculturas de Sérgio Campos que apresentam a tridimensionalidade da obra de Portinari.
De acordo com o curador da exposição, Luiz Fernando Dannemann, “essa mostra é uma oportunidade única para os curitibanos conhecerem um acervo especial que pertencia ao mestre Portinari, do qual ele nunca se separou. Para os olhares atentos, movidos pela sensibilidade da arte, a exposição revela o momento exato em que acontecia a inspiração do artista para realizar as obras mais representativas da sua intensa e extraordinária carreira, tal como o primeiro estudo para os painéis ‘Guerra e Paz’; os desenhos de transporte para vários painéis célebres, como o ‘Café’; as maquetes de ‘São Francisco de Assis’ para a Igreja da Pampulha; o desenho preliminar da ‘Primeira Missa’; e estudos para painéis não executados, entre muitas outras atrações”, destaca.
Também chamam a atenção os quatro trabalhos executados em 1955 – uma nova tomada da série “Retirantes” –, quando Portinari experimentava novas maneiras de pintar, a partir da proibição de utilizar tintas a óleo, já que as mesmas lhe provocavam raro envenenamento. “A prorrogação da exposição é, sem dúvida, uma grande notícia para aqueles que ainda não tiveram chance de conhecê-la e também para todos que desejam revisitá-la, já que a cada nova visão é possível descobrir um elemento novo, até mesmo para mim que estou em contato com a obra de Portinari há 30 anos”, destacou o curador.
Na mostra, as esculturas de Sérgio Campos contracenam com as obras de Portinari. Campos finalizou o planejamento do próprio Portinari que desejava transformar suas figuras em esculturas. Curitiba recebe oito trabalhos, revelando uma tridimensionalidade da visão de Portinari.
Sérgio Campos é desenhista, pintor e escultor, formado pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Desenvolveu uma técnica para a elaboração de esculturas em aço e cobre e executou monumentos públicos de grande porte. Estudou pintura mural e escultura em bronze com o italiano Franco Cerri. Seus desenhos têm forte identidade com os personagens de Portinari