"Sobre Sonhos e Liberdade", de Francisco Colombo e Marcia Paraíso discute o tema com historiadores, ativistas e artistas. |
Em que contexto foi assinada a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, e quais as consequências da abolição da escravatura, da forma como foi feita, para os milhares de negros que trabalhavam nas lavouras e nas cidades e para os seus descendentes?
O documentário inédito e exclusivo “Sobre Sonhos e Liberdade”, de Francisco Colombo e Marcia Paraíso, coloca essas questões em discussão, com depoimentos de historiadores, cientistas sociais, ativistas e artistas.
Quando o decreto da abolição foi assinado, o pano de fundo era uma crescente luta dos negros não só por liberdade, mas por igualdade de direitos. A historiadora Wlamyra Albuquerque, uma das entrevistadas do filme, afirma que a “canetada” da Princesa Isabel “esvaziou o sentido político da escravidão” e criou um novo episódio em uma “luta que começa quando chega o primeiro navio negreiro”.
Assista ao trailer:
O também historiador Walter Fraga complementa que:
“a abolição foi uma resposta a essa movimentação toda que estava acontecendo nas senzalas. Foi uma maneira de frear um processo que poderia ter consequências imprevisíveis”.
Desde a década de 1830, somavam-se processos judiciais impetrados por africanos que reivindicavam liberdade, como lembra o historiador Luiz Claudio Dias do Nascimento. Era comum, também, a fuga de trabalhadores negros das senzalas. As comunidades quilombolas fundadas por esses rebeldes são visitadas pelo filme, que mostra o papel de protagonismo das mulheres nelas.
A rica cultura trazida pelos escravos de seus países de origem, na África, é lembrada em manifestações culturais de rua que acontecem até hoje pelo Brasil.
O longa mostra algumas delas, como as performances do grupo Nego Fugido, coordenado por Monilson dos Santos, e as rodas de capoeira. Essa última atividade era muito mais do que uma mistura de luta e dança, como ressalta, em seu depoimento, o Mestre Caiçara, lembrando que os antigos mestres de capoeira faziam partos e tinham profundos conhecimentos de ervas medicinais.
Produzido pela Filmógrafo e pela Plural Filmes, o documentário foi viabilizado pelo canal Curta! com verbas do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). A exibição é na "Sexta da Sociedade", dia 24 de julho, às 22h30, no canal Curta!
O Curta! pode ser visto nos canais 56 e 556 da NET e da Claro TV, no canal 75 da Oi TV e no canal 664 da Vivo, oferecido à la carte pela operadora.
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