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Toca Cultural

Estreia do espetáculo "O Tempo e a Sala" marca retorno de Simone Spoladore aos palcos

Elenco também têm nomes importantes da dramaturgia curitibana.

Estreia de "O Tempo e a Sala", no Guairinha, no Festival de Curitiba | Foto: Toca Cultural

A peça "O Tempo e a Sala", do dramaturgo alemão Botho Strauss, teve sua estreia nesta terça-feira, (28), no Festival de Curitiba. O trabalho é uma co-produção do festival, com direção de Leandro Daniel e foi apresentado no palco do Guairinha. Marca também o retorno da atriz curitibana Simone Spoladore ao teatro, depois de 10 anos longe dos palcos.


Em entrevista recente à jornalista Glaucia Domingos, Simone falou que estava muito feliz de saber que a estreia da peça seria no Festival de Curitiba, especialmente porque o Guairinha foi onde ela também estreou no teatro, quando tinha 16 anos.

"O Festival contribuiu muito na minha formação como artista, foi alimento pra mim em todos esses anos. Possibilitou que eu visse produções do Brasil todo e de fora do país também. Abriu caminho pra muita gente porque é uma vitrine da cena teatral local e nacional, atrai diretores, críticos e pensadores do teatro de grande relevância. Esse aprendizado foi fundamental na construção da minha carreira".
Estreia marcou o retorno de Simone Spoladore aos palcos | Foto: Toca Cultural

Depois de Curitiba, o espetáculo segue para curta temporada no Rio de Janeiro. E além de Simone, o elenco conta com as atuações brilhantes de Leandro Daniel (que também dirige a peça), Rodrigo Ferrarini, Jandir Ferrari, Daniel Warren, Rafa Sieg, Adriana Seifert, Maureen Miranda e Bia Arantes.


Trata-se de um dos mais instigantes textos do teatro contemporâneo, que fala das relações humanas, do tempo, das decisões, das atitudes e da complexidade das emoções. Não dá pra saber o que são memórias e o que são dramas sugeridos à imaginação, em determinadas situações vividas pelos personagens. O que é concreto, o que é lembrança ou o que é delírio.


O diretor e ator da peça Leandro Daniel fala que Botho é um grande estudioso, professor, e o pensamento dele como artista nessa obra passa muito pela pesquisa de Freud sobre as relações humanas e essa inquietude, esse colapso da civilização. "A obra dele tá permeada por esse estudo no Freud, especialmente no livro “O Mal-Estar na Civilização”, fonte de criação dos personagens de “O Tempo e a Sala”."


Peça tem ótimas atuações de elenco experiente | Foto: Toca Cultural

O que o público vê são dois homens numa sala, observando a cidade a partir de uma janela. Aos poucos, vários personagens entram em cena, trazendo memórias do que seriam acontecimentos reais do passado ou devaneios. Dentre eles, Marie Steuber, personagem de Simone, que movimenta o cenário com o que seriam lembranças de suas vivências - enquanto mulher carente, solitária e que abre mão dos próprios anseios para ficar com o homem amado, por mais tóxico que ele possa ser.

"O Tempo e a Sala" | Foto: Toca Cultural

O espetáculo segue misturando cenas absurdas que remetem às histórias de personagem, sem especificar se a cena, que é vista pelo público, foi realmente vivida ou é inventada. Sobretudo, remete à intensidade da solidão, com o isolamento de muitas pessoas em decorrência da vida moderna das grandes cidades.

Ou como já diria a obra de Freud, o mal-estar na civilização e as origens da infelicidade estão relacionados com conflito entre indivíduo e sociedade e suas diferentes configurações na vida cotidiana.


A peça será apresentada ainda nesta quarta-feira, 29 de março, às 20h, no Guairinha. Depois, segue para temporada até 14 de maio, no Rio de Janeiro.


"O TEMPO E A SALA"

SINOPSE:

Num apartamento antigo, no centro de uma grande cidade vivem Julius e Olaf. Dois homens que, como guardiões do tempo, observam a cidade e, a partir de suas memórias, atraem para dentro do ambiente a personagem Marie Steuber, cujas memórias e dramas pessoais tomam conta do lugar, fazendo parte da realidade e/ou dos devaneios dos anfitriões. O Tempo e a Sala, de forma mitológica, aborda a questão da solidão humana nas grandes cidades. Mesmo cercados de pessoas, estaremos, muitas vezes sozinhos no espaço e no tempo quando distantes de nós mesmos.


ELENCO

Rodrigo Ferrarini, Jandir Ferrari, Daniel Warren, Rafa Sieg, Adriana Seifert, Maureen Miranda e Bia Arantes, Leandro Daniel. Texto de Botho Strauss. Tradução de Fernanda Boarin Boechat e direção de Leandro Daniel.

Ficha técnica:

TEXTO: Botho Strauss

TRADUÇÃO: Fernanda Boarin Boechat

IDEALIZACÃO E DIREÇÃO: Leandro Daniel

ELENCO: Leandro Daniel, Rodrigo Ferrarini, Jandir Ferrari, Daniel Warren, Rafa Sieg, Adriana Seifert, Maureen Miranda e Bia Arantes.

VOZ EM OFF: Letícia Spiller

PSICANÁLISE DA CENA: Fabi Colombo

ILUMINAÇÃO: Adriana Ortiz

CENÁRIO: Fernando Marés

FIGURINOS: Ana Avelar

TRILHA SONORA ORIGINAL: Edith de Camargo

CARACTERIZAÇÃO: Marcelino de Miranda

PRODUÇÃO EXECUTIVA: Banalíssima Arte

Assistência de Produção: Pietra Namur

CAPTAÇÃO DE RECURSOS: BFV Cultura e Esporte

REALIZAÇÃO: Colombo Produções

Duração: 90 min

Classificação: 16 anos

Gênero: drama



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