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Folcloristas encerram edição de evento virtual e se preparam para grande comemoração em 2021

Organizado pela Associação Interétnica do Paraná, Festival Folclórico de Etnias completa 60 edições no próximo ano.|

Surpreendeu! 2020 foi marcado pelo inusitado, mas não tortuoso o suficiente para impedir a realização do tradicional Festival Folclórico de Etnias do Paraná. O evento completou 59 edições de maneira inédita, adaptado ao novo momento e transmitido via internet. Durante 16 noites foram exibidas pelas páginas oficiais do evento e da Aintepar as apresentações dos 16 grupos folclóricos participantes, num compilado de danças das edições anteriores. Foi um sucesso!


Mesmo sem a presença física dos amigos folcloristas no palco do Teatro Guaíra, o Festival virtual ampliou o público do evento, levando a dança e a cultura preservadas pelas etnias do Paraná para além das fronteiras. Foram milhares de visualizações, tanto no Facebook quanto no YouTube, e alcançou números impressionantes de espectadores. O canal do Youtube da Aintepar, por exemplo, que começou do zero (criado dias antes, especialmente para o evento), chegou ao final com 2,44 mil inscritos e aproximadamente 40 mil visualizações.


Para a diretora da Aintepar Blanca Hernando Barco, o resultado surpreendeu e fez ressurgir em alguns, ou simplesmente fortalecer para outros, os laços dos folcloristas com Festival.

“Encerramos uma edição muito especial do Festival Folclórico de Etnias do Paraná – a 59ª edição ficará marcada para sempre como a “diferente”. A edição que fez com que os folcloristas soubessem o quanto amam o folclore e as tradições, e o quanto o Festival Folclórico de Etnias do Paraná significa nas suas vidas”.

Para Thiago Fernandes, relações públicas do Grupo Folclórico Original Einigkeit Tanzgruppe, o sentimento é o mesmo.

“Amamos a edição online, pois demonstrou que, mesmo na adversidade, a cultura e o folclore foram capazes de reunir povos e etnias em suas casas, para confraternizar e admirar a diversidade étnica de nosso estado através de todos os grupos folclóricos. Foi maravilhoso, abriu uma vitrine para quem não conhecia e pôde ter acesso a todo esse conteúdo”, afirma.


Para Solange Maria Melnyk Oresten, diretora do departamento do Folclore Ucraniano Barvinok, a experiência também foi muito positiva.

“Não pudemos pisar no palco, mas apesar disso, pudemos levar todas as culturas para dentro das casas das pessoas, inclusive, chegando a lugares muito distantes, como na nossa querida Ucrânia. Um abraço a todos os folcloristas, ao público em geral e aos apoiadores: Unicultura, Miura e Toca Cultural”.

Sonhos e Expectativas


Letícia Castro, coreógrafa do Grupo Folclórico Raízes de Bolívia, conta que mesmo diante de um ano incomum e da falta dos ensaios, o momento provocou muita saudades, mas também muitas alegrias.


“Foi bem diferente, nunca imaginamos passar por isso. No começo foi bem triste pensar que não teríamos ensaios, as apresentações… afinal o palco é o lugar que mais amamos estar. Eu me apresento desde os quatro anos, então foi bem difícil ter que assistir nossos vídeos antigos e escolher as danças. Algo que me fazia pensar em como eu amo coreografar, dançar, ensaiar. Mas no fim deu tudo certo. E no dia, era como se eu fosse dançar no palco outra vez. Estava nervosa para começar e feliz pelo trabalho feito, feliz em rever cada cena, cada coreografia e lembrar de cada momento, de cada ensaio… cheguei a sonhar com a dança da chacarera”, confessa.

Sentimento parecido com os demais grupos. No Ítalo Brasileiro de Santa Felicidade, não foi diferente. Que o diga o presidente do grupo, Guilherme Kendrick Fiuza.



“Foi um prazer enorme participar. No começo, a grande maioria dos folcloristas pensou, ‘vai ser bem sem graça’. Mas não foi isso que aconteceu! A cada noite era uma emoção diferente, era como se estivéssemos na plateia prestigiando nossos amigos folcloristas de outros grupos. E quando chegou a nossa noite ficamos muito ansiosos, era como se fosse a apresentação no palco do Teatro Guaíra outra vez. A pandemia veio para mostrar a falta que tudo isso nos faz e o quanto amamos tudo isso”.

Um novo apoio… e um novo desafio!


A Toca Cultural acompanha o evento já há bastante tempo e sabe como esse momento é importante para os folcloristas. É a representação da cultura de vários povos, em coreografias de danças e histórias que são contadas no palco do Guaíra. É o resultado de meses de ensaio e dedicação, de famílias inteiras que buscam reunir esforços para construir figurinos, ensaiar coreografias e preparar tudo para cada uma das noites de apresentações.


E pensando nisso, para criar algo que pudesse contribuir com a divulgação do Festival, a Toca lançou um desafio de dança no Instagram que deu o que falar! Os grupos entraram na brincadeira e se desafiaram uns aos outros, com passos de danças tradicionais à suas culturas. Algo que divertiu e integrou os participantes… e foi parar até na televisão!


“Esse foi o Festival do Desafio: desafio de não deixar morrer as tradições, desafio de se adaptar a modernidade, desafio de seguir em frente mesmo sem patrocinadores. E o desafio de pôr para fora essas raízes que temos dentro nós, e mostrar para o mundo esse amor pelo folclore independente de sua origem”, relata Blanca.


Um ano de união! Para Neury Gaio, presidente do Grupo Folclórico Polonês Junak da Sociedade União Juventus, o Festival online foi um momento especial em meio à pandemia, porque trouxe de volta a alegria entre todos os folcloristas. Os laços foram fortalecidos!

“Conseguimos nos manter vivos na mídia e, principalmente, no coração de nossos integrantes e familiares, pois com essa pandemia ficou muito difícil realizar nossas atividades do jeito tradicional. Assim, cada grupo encontrou sua forma de se renovar e estimular seus integrantes a permanecerem vinculados com a sua comunidade. Este foi um grande desafio! A versão online do festival resgatou a vontade de todos dançarmos novamente e renovou nosso sentimento pelas nossas tradições e costumes”.


Da superação à inovação!


“Quem diria que aquele Festival Internacional de Folclore, idealizado em 1958 pela então Consulesa Honorária da Holanda, senhora Helena Van den Berg, seria hoje numa versão virtual”, compara Blanca. E foi diferente mesmo!

“Vimos como pessoas idosas pediam para seus filhos colocar o Facebook ou o Youtube para poder ver o Festival Folclórico de Etnias do Paraná e ainda ouvíamos: ‘Este ano é na internet’, destaca.

Novos tempos… novas conquistas. Vitória da tradição!


A presidente da Aintepar frisa também que, “se por um lado o Covid nos impediu de dançar no teatro e sentir as luzes da ribalta e a emoção do público presente, por outro lado uma forte conexão nos manteve unidos e pudemos ter a oportunidade de acompanhar cada noite do Festival, direto da nossa casa, e descobrir que, mesmo virtual, sentimos o mesmo frio na barriga antes de pisar o palco”.


É como diz o Guilherme do Ítalo… “se a grande maioria dos integrantes nunca havia ficado tanto tempo sem ensaiar e sem se encontrar”, este foi um ano de muita superação. Até para aqueles que tinham pouco contato com as mídias virtuais e que aprenderam a conviver com elas para se comunicar e manter o contato com os familiares nessa pandemia.


“Esperamos que no ano que vem, possamos estar todos juntos, só que da maneira "convencional", com direito a muitos abraços e aglomeração, afinal italiano gosta mesmo é de estar reunido”.


O mesmo espera Letícia, que a festa ocorra de maneira épica no palco do Guairão, mas sem deixar de lado essa transmissão virtual, onde o folclore passa a ser compartilhado com quem está em casa ou morando bem longe de Curitiba.


“Espero muuito que no próximo ano possamos estar no palco novamente, mas também penso que seria muito legal se pudéssemos fazer transmissão do festival pelo Youtube, pois alcançamos muita gente de fora do Brasil. Pessoas que não poderiam estar aqui e nos assistir presencialmente, mas que desta maneira, puderam nos prestigiar”.


Ao todo, cerca de 1500 folcloristas de 16 grupos folclóricos participaram da Edição Virtual do Festival em 2020. Mas em 2021, uma comemoração especial deve movimentar a programação que, se tudo der certo, será presencial novamente e com diversas ações alusivas às 60 edições do evento.


“Somos a grande prova de que cada um de nós carrega dentro o orgulho de suas origens e que a cada festival resgatamos nossas raízes através do folclore, e transmitimos com muito orgulho a nossos filhos, como eram nossos avós. Mas sem dúvida contamos com um grande time que nos apoiou e nos fez sentir dentro do Teatro Guaíra: Miura Video, Trento Produções, a Unicultura, a Toca Cultural e a todos os Grupos Folclóricos filiados à Aintepar que colaboraram para que esta edição fosse possível. Quero também deixar aqui nosso apoio a toda a classe artística, pois nós fazemos do folclore uma arte permanente, familiar, cotidiana, que mesmo não dependendo disso para viver, sabemos o quanto o setor artístico foi afetado, inclusive o Teatro Guaíra, que sempre tão bem nos acolheu e com certeza juntos poderemos celebrar o 60º Festival Folclórico de Etnias do Paraná em 2021”, finaliza Blanca.


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