Evento foi realizado na nova sede da Fundação Cultural de Curitiba, nesta sexta (15).
A obra “Ucrânias do Brasil: 130 anos de cultura e tradição ucraniana”, escrita por Diego Antonelli, Andreiv Choma e Talita Seniuk, teve seu lançamento oficial na noite desta sexta-feira, 15 de outubro, em Curitiba. O livro é uma homenagem à cultura ucraniana que se faz presente no Brasil e foi produzida pelos autores durante a pandemia.
A ideia foi a de resgatar todo o processo histórico, sobre como os ucranianos construíram suas vidas em território, até então, desconhecido com base nas memórias culturais de sua terra natal, e – sobretudo – levar ao leitor os principais elementos culturais que são preservados até hoje.
Para Andreiv Choma, que é vice-presidente da Sociedade Ucraniana do Brasil e diretor cultural do Folclore Ucraniano Barvinok, de Curitiba, esse foi um desafio de resgate importante para a comunidade.
"Não só pela história da imigração, mas pela cultura, pelos costumes do que até hoje está preservado entre as famílias. E essa foi inclusive uma sugestão do presidente da Representação Central Ucraniano-Brasileira, Vitório Sorotiuk, que nos honrou com o prefácio do livro".
Para Vitório, a importância da obra também se dá pela visibilidade da cultura ucraniana às novas gerações.
"São sabores que estão em nossa gastronomia, detalhes presentes em nosso dia a dia, na religiosidade, na língua, nos costumes e que estão retratados de maneira a preservar as nossas origens".
A obra está dividida em cinco capítulos. O primeiro foca no processo histórico da imigração, registrando as três grandes ondas imigratórias (final do século 19, pós-Primeira Guerra Mundial e pós-Segunda Guerra Mundial), as dificuldades de adaptação no Brasil e as perseguições durante o período do Estado Novo (1937-1945). Já o segundo capítulo registra os principais elementos étnicos da cultura ucraniana, como artesanato, gastronomia, religiosidade e festas típicas.
O terceiro registra, a partir de pesquisas históricas, como se deu a perpetuação cultural dos imigrantes que chegaram na primeira onda imigratória, as dificuldades e os preconceitos enfrentados. O quarto capítulo, por sua vez, demonstra de que maneira os ucranianos que chegaram ao Brasil após as duas Guerras Mundiais mantiveram as suas tradições e foram as adaptando gradativamente em solo brasileiro. Por último, o quinto capítulo traz um “glossário cultural”, explicando os termos e os principais costumes ucranianos mantidos no Brasil.
"A adaptação das diferentes ondas imigratórias ao longo do século, a troca de culturas com as etnias que já estavam aqui no Brasil, formou o que a gente chama de hibridismo cultural. E isso é muito interessante e também está representado no livro, por meio de uma linguagem simples, e de fácil entendimento a todos", destaca Antonelli.
O livro está publicado em formato impresso e digital, e pode ser comprado no site da editora Máquina de Escrever (https://editoramaquinadeescrever.com.br/produto/ucranias-do-brasil-130-anos-de-cultura-e-tradicao-ucraniana-no-brasil), na Amazon (https://bityli.com/U2lAih) e nas livrarias de Curitiba.
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SOBRE OS AUTORES
Diego Antonelli é jornalista formado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa e tem mestrado em Comunicação pela Universidade Federal do Paraná. Atuou nos jornais Diário da Manhã e Jornal da Manhã, ambos de Ponta Grossa. Em 2011, começou a escrever para a Gazeta do Povo. Na Gazeta, Antonelli assumiu a página semanal que o veículo mantinha sobre História. Foi finalista do Prêmio Esso – Regional Sul, pela série de reportagens Império das Cinzas, escrita em parceria com Mauri König. Com a mesma série, ganhou o prêmio Global Shining Light Award 2015. Em 2008, lançou seu primeiro livro – Em Domínio Russo. Em 2016, lançou a obra Paraná – Uma História. Participou, como coautor, do livro ‘Vindas - Histórias de Imigração’ e escreveu ainda ‘Jornal Voz do Paraná – Uma história de resistência’. Publicou em 2021 a obra ‘TJPR - 130 anos de História’.
Andreiv Choma é bacharel em Direito pela Universidade Estadual de Ponta Grossa e atualmente é servidor do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região. Membro atuante da comunidade ucraniana do Brasil, foi coreógrafo do Grupo Folclórico Ucraniano Spomen (Mallet - PR), onde exerce atualmente a função de diretor artístico; é dançarino e diretor cultural do Folclore Ucraniano Barvinok (Curitiba - PR) e vice-presidente da Sociedade Ucraniana do Brasil. Idealizador do canal da internet TséFolk, pesquisa a história, a cultura e o folclore ucraniano. Em 2008 participou de curso de formação oferecido pelo Ministério da Cultura da Ucrânia, em Kyiv. Entre 2012 e 2013 estudou folclore ucraniano na Universidade de Alberta (Canadá), orientado pelo renomado Professor Dr. Andriy Nahachewsky. É um dos idealizadores da Ivana Kupala Festyval.
Talita Seniuk é licenciada em História pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, em Ciências Sociais pela Universidade Metodista de São Paulo e em Filosofia pela Universidade Metropolitana de Santos; pós-graduada em Metodologia do Ensino de História e Geografia pela Universidade Cesumar e em Ensino de Sociologia pela Universidade Cândido Mendes. Atualmente é professora de História da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso, colunista do Jornal Ucraniano Pracia (Праця) onde escreve a coluna Cultura Atemporal (Позачасовий Kультурний) sobre representantes da intelligentsia ucraniana que viveram entre os séculos XVIII e XX e é colaboradora do blog ‘exílio-migração política’ (https://e-migracaopolitica.com).
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