Considerada o “anjo da guarda das travestis”, ativista que fundou a primeira casa de apoio para pessoas com HIV/Aids, do Brasil é homenageada com espetáculo.
A nova produção do Núcleo Experimental conta a história da travesti Caetana, também conhecida como Brenda Lee, que se tornou um marco na luta por direitos LGBTQIA+.
"Brenda Lee e o Palácio das Princesas" tem dramaturgia, letras e direção de Fernanda Maia, direção e figurinos de Zé Henrique de Paula e música original de Rafa Miranda.
O musical conta com seis atrizes transvestigêneres (Verónica Valenttino, Olivia Lopes, Marina Mathey, Tyller Antunes, Ambrosia e June Weimar) e um ator cisgênero (Fabio Redkowicz).
O espetáculo fala sobre a luta das travestis nas ruas de São Paulo, a escassez de oportunidades que as impele à prostituição e sobre como foram apoiadas por Brenda, que acolheu em sua casa, as doentes de Aids numa época em que quase nada ainda se sabia sobre a doença.
A orquestra é formada por Rafa Miranda (piano), João Baracho (bases), Pedro Macedo (baixo), Abner Paul (bateria) e Leandro Nonato (violão). Espetáculo conta, ainda, com preparação de atores de Inês Aranha e coreografia de Gabriel Malo.
A temporada é online e gratuita, de 14 de outubro a 19 de novembro, às 21h transmitida diariamente pelo canal do Núcleo Experimental no Youtube.
“Contar a história do Palácio das Princesas é não só manter viva a memória de Brenda Lee, considerada o anjo da guarda da população LGBTQIA+ em São Paulo, mas retratar uma mulher trans protagonista em sua luta e ativismo. Com a criação deste musical, também pretendemos diversificar o grupo de artistas que trabalham com o Núcleo Experimental, empregando musicistas, atrizes, criativos e técnicos transexuais e transgêneros. Este projeto significa mais oportunidades para uma população discriminada no mercado de trabalho”, conta a dramaturga Fernanda Maia.
A dramaturgia alia três planos: o dos números musicais, que faz uma homenagem às antiga boates da noite paulistana que nos anos 80 foram um porto seguro da população transgênero e geraram oportunidades de trabalho para as travestis. Neste plano as meninas da casa da Brenda contam suas histórias pregressas e falam de seus sonhos e objetivos através de canções; o plano da história cronológica em que Brenda abre mão do sonho de ter seu "Palácio das Princesas'' para poder acolher as amigas que estavam doentes e o plano das entrevista.
“Na dramaturgia, inserimos transcrições de entrevistas reais de Brenda Lee colhidas de registros em vídeo na internet. Nestas entrevistas ela conta quem é, fala sobre sua família, sobre a prostituição, sobre como amealhou um patrimônio e o colocou à disposição de outras amigas. Fala sobre o trabalho na casa e sua relação com a morte. As moradoras da casa de Brenda Lee (Isabelle Labete, Ariela del Mare, Blanche de Niège, Raíssa e Cynthia Minelli) foram inspiradas pelas princesas de contos de fada, numa alusão ao apelido da casa. Suas histórias foram construídas a partir das histórias de travestis reais através da nossa pesquisa”, conta Fernanda Maia.
Ficha técnica:
Dramaturgia, letras e direção musical: Fernanda Maia
Direção e figurinos: Zé Henrique de Paula
Música original e preparação vocal: Rafa Miranda
Preparação de atores: Inês Aranha
Coreografia: Gabriel Malo
Assistente de direção (teatro): Rodrigo Caetano
Iluminação: Fran Barros
Cenografia: Bruno Anselmo
Visagismo (cabelos e maquiagem): Diego D'urso
Assistente de figurino: Paula Martins
Direção audiovisual: Laerte Késsimos
Assistente de direção (audiovisual): Lucas Romano
Câmera: Marco Lomiller
Som: Alexandre Gomes
Coordenação de produção: Zé Henrique de Paula e Claudia Miranda
Produção executiva: Laura Sciulli
Músicos: Rafa Miranda (piano), João Baracho (bases), Pedro Macedo (baixo), Abner Paul (bateria), Leandro Nonato (violão)
Elenco: Verónica Valenttino, Olivia Lopes, Marina Mathey, Tyller Antunes, Ambrosia, June Weimar e Fabio Redkowicz
LIVES complementares:
04 de outubro, segunda-feira, às 20h
Live com Fernanda Maia e Roberta Leroux, pela plataforma Instagram, sobre a história da transvestigeneridade no Brasil nos anos 80 e 90, tendo como pano de fundo "Brenda Lee e o Palácio das Princesas".
Roberta Leroux é uma empresária e mulher trans que vive atualmente na Suíça. Participou ativamente da cena trans do final dos anos 80 e início dos 90, tendo conhecido Brenda Lee antes do surgimento da Casa de Apoio.
05 de outubro, terça-feira, às 21h
Lançamento do making-of do espetáculo "Brenda Lee e o Palácio das Princesas", com depoimentos da dramaturga e do elenco. Na plataforma YouTube, canal do Núcleo Experimental.
O making-of ficará disponível para acesso livre, por período indeterminado.
SERVIÇO
14 de outubro a 19 de novembro
Sessões diárias, às 21h, pelo canal do Núcleo Experimental no Youtube.
Nos dias 12, 13 e 14 de novembro (sexta e sábado, às 21h / domingo, às 19h) o espetáculo também será transmitido pelas redes sociais do Teatro Alfredo Mesquita e nos dias 19, 20 e 21 de novembro (sexta e sábado, às 21h / domingo, às 19h) o espetáculo também será transmitido pelas redes sociais do Teatro Paulo Eiró.
Grátis
Classificação indicativa: 12 anos
Duração: 1h40
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