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Black Sabbath - A Biografia

Por: Paulo Sérgio de Oliveira Borges
Contato: paulo.o.borges@icloud.com

Depois do Metallica, o Black Sabbath é a banda com mais livros nas estantes das livrarias. Fica até difícil escolher uma entre tantas opções. Todavia, um nome se destacou entre a multidão: MICK WALL, o mesmo autor do excelente METALLICA – A BIOGRAFIA.

 

Por já estar habituado à sua forma de escrita, não tive dúvidas de que seria o livro certo para conhecer um pouco mais sobre os pais do heavy metal.

 

Quem simplesmente ouve a música, não tem noção do quão difícil foi para o Sabbath se manter na estrada esse tempo todo, o que em grande parte, deve ser creditado ao disciplinado e teimoso idealizador da banda, Mr. Tony Iommy. Ele era o responsável, tanto pela discórdia quanto pelo sucesso da banda, na mesma proporção que Steve Jobs era para a Apple. Claro que os demais também tiveram importância, mas sem dúvidas ele sempre foi “o cara” por trás de tudo. E o que pouca gente sabe, é que seus pais eram descendentes de italianos e (pasmem) brasileiros!

 

Ozzy era um dos muitos filhos de um casal proletariado, que apenas tentava sobreviver no pós-guerra, e era muito zoado na escola, adivinhem por quem... Tony Iommy! Isso mesmo, muito antes de serem parceiros na música, ambos estudaram na mesma escola e se consideravam desafetos um do outro.

 

O mais novo dos quatro, Geezer Butler, era o irmão mimado, que começou tocando guitarra, mas acabou por ser tornar um dos baixistas mais influentes de sua época.

 

Já Bill Ward é um baterista nato, que começou a “bater em coisas” com quatro ou cinco anos de idade, até que aos quinze começou a pular de banda em banda, até conhecer Tony Iommy, com quem compartilhava o visual esquisito e perfeccionismo musical.

 

A SOMA DESSAS CARACTERÍTICAS RESULTA NO BLACK SABBATH QUE VOCÊ CONHECE!

O livro está repleto de histórias engraçadas, a exemplo da forma como Tony e Bill chegaram ao Ozzy, depois de verem um anúncio na vitrine de uma loja de música no qual se lia “Ozzy Zig – Extraordinário Vocalista – Procura Banda – Possui PA próprio”, mesmo ele sendo inexperiente nos vocais, à época.

 

Outra boa história, é que no início eles só pegavam dois tipos de mulher: as de um saco e as de dois sacos. As de um saco eram tão feias que eles colocavam um saco na cabeça delas para transar. Nas de dois, eles colocavam um saco na cabeça delas, e outro na deles próprios para ninguém os reconhecer. (pausa para os risos)...

 

O primeiro disco, homônimo, foi lançado numa sexta feira, 13 de fevereiro de 1970 e contra todas as expectativas, estava predestinado a se tornar um dos mais influentes álbuns de rock de todos os tempos. A primeira música, também intitulada Black Sabbath, foi baseada numa experiência de Geezer, que certa vez acordou de madrugada e viu uma silhueta escura parada no pé de sua cama. Ficou tão aterrorizado que não conseguiu dormir o resto da noite, e até trocou a pintura negra das paredes do seu apartamento por laranja, assim como a decoração que, até então, era cheia de crucifixos invertidos e cartazes de demônios.

A crítica especializada britânica sempre foi uma pedra no sapato da banda, mas apesar disso, seus primeiros quatro discos - Black Sabbath, Paranoid, Master of Reality e Vol.4, são considerados suas obras-primas.

 

Com o tempo, o relacionamento da banda com a empresa de management começou a se desgastar, e depois de gastarem rios de dinheiro com advogados, descobriram que nada do que tinham era realmente deles. Tudo, incluindo os direitos comerciais das músicas pertenciam à WWA por força dos contratos firmados. A decepção e a ira foram tamanhas, que influenciaram na escolha do nome do disco Sabotage (sabotagem, em inglês).

 

Poucas são as páginas do livro que não citam o consumo de cocaína e álcool. Se antes do episódio desastroso com o management da banda, Tony havia cheirado carreiras suficientes para dar a volta ao mundo, após, suas carreiras provavelmente davam para ir à Lua e voltar.

Don Arden, também conhecido como “o poderoso chefão inglês” ou “Al-Capone do pop”, era do tipo que dava um soco na cara primeiro, e perguntava depois, e foi quem aceitou a empreitada de assumir o management da banda falida. Ocorre que a baixa vendagem dos álbuns seguintes e a controvérsia entre os membros da banda em relação às composições, fez com que a carreira do Black Sabbath entrasse em decadência, até que Ozzy saiu da banda e caiu em profunda depressão.

 

Pouco tempo depois, ele foi resgatado por Sharon Arden (futura Sharon Osbourne), filha de Don Arden, quem o elevou ao patamar mais alto de sua carreira, comercialmente falando, desbancando inclusive sua antiga banda, o que criou sério impasse entre pai e filha. Parte desse sucesso se deve à truculência herdada geneticamente do pai, a exemplo do Ozzfest, festival anual bem sucedido, cuja ideia surgiu da frustração de um pedido que lhe foi negado, de participação de Ozzy no Lolapalooza.

 

Enquanto Ozzy faturava com seu projeto solo, impulsionado pelo talento do grande guitarrista Randy Rhoads, cuja morte foi devidamente homenageada pelo livro, vários vocalistas passaram pelo Sabbath (Dio, Ian Gillian, e Tony Martin).

 

Curioso é que o memorável símbolo dos chifres gesticulados com os dedos da mão (\m/), teve seu primeiro registro no mundo do metal com Ronnie James Dio, enquanto frontman do Sabbath. Quem diria que em uma das épocas mais sombrias e conturbadas da banda, surgiria algo de tamanha importância? Eis mais uma prova de que estamos falando dos pais do Heavy Metal!

O livro vem avançando até a história mais recente, quando os membros da formação original se reuniram para discutir o possível lançamento de um novo álbum, que posteriormente veio a se chamar 13 – Thirteen, mas que foi gravado sem Bill Ward. Há ainda, dezenas de detalhes e outras histórias que valem a pena serem lidas. 

 

BLACK SABBATH – A BIOGRAFIA, foi traduzido para o Português por Marcelo Barbão, distribuído pela Globo Livros, e custa entre R$ 30,00 e R$ 50,00. 

 

Esse artigo foi escrito escutando o Álbum homônimo do BLACK SABBATH. \m/

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