Encarte na Faixa | Chico Buarque
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Chico Buarque de Hollanda | Encarte na Faixa

Audiodescrição da capa e leitura da ficha técnica do álbum Chico Buarque de Hollanda” (RGE), lançado em 1966.


Sugestão: Amanda Nicolau;

Descrição: Amanda Nicolau;

Consultoria: Felipe Mianes;

Locução: Cinthia Gomes;

Edição de Vídeo: Diniz Candido

 

Uma iniciativa Encarte na Faixa.

 

Envie comentários e sugestões de capa pelo e-mail: encartenafaixa@gmail.com

Nascido em uma família de intelectuais e cercado por livros e personalidades, o cantor, compositor e escritor carioca Chico Buarque (19/06/1944) aprendeu na adolescência a tocar violão de ouvido com sua irmã Heloísa, sendo influenciado pela bossa nova, sobretudo pela batida diferente de João Gilberto – que buscava imitar em suas primeiras composições.

Contudo, com apenas 22 anos de idade, em seu primeiro disco “Chico Buarque de Hollanda” (RGE), lançado em 1966, há exatamente 50 anos, Chico já apresentava ao público um estilo próprio em doze composições gravadas, segundo ele, com a ajuda de muito limão galego para aliviar a voz rouca de cigarros, preocupações e gols do Fluminense.

De "Tem mais samba", composta em 1964 para o musical "Balanço de Orfeu" de Luís Vergueiro, a "Você não ouviu", essas doze gravações resumiram três anos de atividade musical do compositor, que em 1965 já havia lançado, também pela RGE, o seu primeiro compacto simples com as músicas "Olê, Olá" e "Madalena foi pro Mar" – regravadas por Nara Leão, em 1966, no disco "Nara pede passagem", junto com "Pedro Pedreiro".

Entre as gravações de “Chico Buarque de Hollanda”, produzido por Manoel Barenbein, está “A Banda”, com arranjo e regência do maestro Francisco de Moraes. Foi com esse sucesso que Chico obteve o primeiro lugar no II Festival da Música Popular Brasileira da TV Record, prêmio dividido por sua sugestão com "Disparada", de Geraldo Vandré, interpretada por Jair Rodrigues. (Ao final desta coluna, segue vídeo com áudio original daquela apresentação no Festival).

Também, destaco “A Rita”, talvez a única música desse disco que Chico ainda goste de cantar, “Olê, Olá”, “Sonho de um Carnaval” e as minhas preferidas “Pedro Pedreiro” e “Amanhã, Ninguém Sabe” (composição que contou com uma “ajudinha” de Gilberto Gil para finalizá-la), ambas acompanhadas por Luís Loy Quinteto (Luis Loy, piano, Papudinho, pistom, Mazzola, saxofone, Bandeira, contrabaixo e Zinho, bateria), conjunto que lançaria em 1967 o disco “Chico Buarque de Hollanda Instrumental”.

No entanto, além do trabalho com seu primeiro disco, Chico em 1966 fez músicas para peças de teatro, entre elas "Os inimigos", de Máximo Gorki, e "O patinho preto", de Walter Quaglia, e para o filme "O anjo assassino", de Dionísio Azevedo. Isso ao mesmo tempo em que teve a sua primeira música censurada, “Tamandaré”, sobre a desvalorização do cruzeiro.

Com certeza, tudo isso fez o compositor se tornar, naquele ano, segundo o jornalista Millôr Fernandes, a "única unanimidade nacional". E se hoje Chico Buarque já não é essa unanimidade, em tempos de ódio e intolerância política, continua sendo sem dúvidas o maior compositor da música popular brasileira.

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