3ª Festa Dissidrags reúne artistas de Curitiba, São Paulo, Salvador e Joinville

Toca Cultural
4 de ago.
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Festa gratuita neste sábado, 9 de agosto, celebra a arte drag dissidente como prática afeto e invenção no centro de Curitiba.

Corpos que desafiam a norma, estéticas que desmontam a previsibilidade, vozes que não pedem licença para se afirmar. A terceira edição da Dissidrags ocupa o centro de Curitiba com um gesto coletivo de insubmissão transformista, reunindo artistas de diferentes cidades em uma celebração gratuita onde afeto e rebeldia são celebrados lado a lado.

A festa, destaque desta edição, será realizada no dia 9 de agosto, das 17h às 22h, na Alfaiataria. Com entrada livre, o evento oferece estrutura acessível para pessoas com deficiência e neurodivergentes, incluindo intérpretes de Libras, espaço de regulação sensorial com baixa luminosidade, stim toys, protetores auriculares, áreas silenciosas, além de elevador e banheiro adaptado para cadeirantes.

A programação traz performances autorais de artistas de diversas regiões do país, com propostas que atravessam o burlesco, o cabaré, a performance art, o lip sync e a poesia, sempre a partir de experiências dissidentes.

CONVOCAÇÃO DE ARTISTAS DRAG

Entre os nomes confirmados estão Rud Fiamino (SP), figura híbrida entre king e queen com forte atuação na cena paulistana; Pavuna Kid (Salvador), cuja presença em cena cruza ancestralidade, periferia e resistência preta; Cybervenus666 (Joinville), entidade cyberpunk que mistura dança, ficção científica e estética gótica; além de artistas curitibanes como Dante Noir, Samsara, Laura Bortolozzo, Vinneon e Antônio Balaio. Também sobem ao palco Gaia Ogre, Hell e Mercuria, artistas residentes do projeto.

Uma iniciativa realizada desde 2022 por artistas trans, neurodivergentes e dissidentes, a Dissidrags nasceu como espaço de liberdade estética, política e afetiva para expressões transformistas não normativas. Em 2025, o projeto retorna com apoio do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura da Fundação Cultural de Curitiba, da Prefeitura Municipal de Curitiba, do Ministério da Cultura e do Governo Federal, ampliando seu alcance com atividades gratuitas, voltadas à acessibilidade e valorização de criadores dissidentes.

Este ano, a curadoria da festa continua priorizando performances que afirmem dissidências de gênero, neurodiversidade e estilos alternativos de drag. A proposta é reunir performers que atuem sem se render às convenções estéticas hegemônicas.

“A Dissidrags surgiu como um espaço onde as estranhas tivessem vez, onde as dissidentes não fossem a cota, e sim uma multidão. É mais que um evento: é uma insurgência, um espaço de expressão performativa livre”, lembra Mercuria.

Antes da festa, o projeto também promoveu a oficina “Movimentar Potências”, voltada a pessoas autistas e neurodivergentes com interesse em práticas performativas. Conduzida por Hell e Mercuria, a atividade explorou experiências sensoriais como campo criativo em ambiente seguro, propondo o corpo como ponto de partida para a arte.