Ana Larousse retorna com single que denuncia de forma poética desigualdades sociais
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Ana Larousse retorna com single que denuncia de forma poética desigualdades sociais

Produzida por Érica Silva (Mulamba), a canção foi lançada em 2019 pela “Coletânea Sêla de Produtoras Musicais” e o vídeo, assinado pelo duo Coagula, tem referências no cinema clássico. |

A poeta, compositora, cantora e musicista Ana Larousse está de volta após um hiato de quase dois anos longe dos palcos. “Muro”, o primeiro single dessa nova fase, foi produzido por Érica Silva (Mulamba), gravado por uma banda composta apenas por mulheres e lançado pela “Coletânea Sêla de Produtoras Musicais”, em agosto de 2019. O clipe, desenvolvido na época, é apresentado para o público agora. 


Assista:


Ainda que mantenha um caráter pop e muito poético, é uma canção mais experimental e conceitual do que os trabalhos anteriormente lançados, trazendo ainda mais à tona a profundidade e complexidade da artista. Chega mais pesado em timbres e discurso, chega intenso, com bastante exploração de partes instrumentais.


A obra é apresentada ao público através de um clipe que tem forte referência no cinema clássico e foi produzido pelo duo Coagula, formado pelos fotógrafos Paloma Bertissolli e Dennis Siqueira.


“Gravamos esse vídeo há quase um ano, mas por inúmeros pequenos motivos, decidi esticar um pouco mais o período de espera para jogá-lo ao mundo. Tanto a música quanto o vídeo são acolhidos pelo contexto atual de maneira quase impressionante”, explica Larousse.

“Como no vídeo, estou sozinha enquanto a cidade quase vazia. Há mais de dois meses sozinha. Daqui, desse lugar sozinho, vejo e ouço muitos amores meus ou amores de amores meus sofrendo consequências incrivelmente tristes devido à pandemia e ao que é o mais bárbaro governo possível. Hoje fica muito escancarada a verdade de que, como se fala na música, ‘subiram o poder da gente de decidir quem vai viver’. O Brasil está escolhendo quem vive e não são os pobres. Isso está sendo mostrado, articulado, exposto às entranhas sem muro nenhum que esconda. Sem vergonha. Estamos todos vendo isso”.



“A ideia e a concepção desse clipe vieram no começo do ano de 2019, num momento onde aconteciam diversos movimentos turbulentos em um país que acabara de eleger o fascismo em sua presidência. Na época, sabíamos o que enfrentaríamos, mas nunca imaginamos tamanha proporção desse presente distópico em que nos encontramos”, explicam os diretores.

“O lançamento do material acabou sendo adiado por diversos motivos no curso do ano, quase como que por vontade própria estivesse aguardando o momento ideal pra sair. Profético ou apenas esperado, o universo que construímos aconteceu e estamos muito orgulhosos do resultado desse trabalho.”


Em evidente tom político, a música fala sobre os muros que formam fronteiras físicas, sociais e emocionais. “A minha escolha de me colocar de costas no vídeo andando, sem mostrar meu rosto e sem outros elementos para além da cidade, veio da minha reflexão sobre meu lugar de fala nessa canção. Eu sou mulher, me relaciono com outras mulheres, sofri violência sexual pesada e alguns episódios mais duros de homofobia. Ainda assim, todo o resto da minha realidade é inteiro feito de muito privilégio. Existem pessoas (mais do que se consegue contar) que sofrem uma existência inteira por conta desses muros. Acaba que meu lugar fica muito mais de observadora”, define. 


FICHA TÉCNICA

Direção, foto e edição por Coagula

Conceito por Ana Larousse

Ana Larousse: voz

Bia Cervellini: violino                                                                                                                                                 Ana Paula Cervellini: viola                                                                                                                                          Fer Koppe: cello

Bruna Buschle: contrabaixo

Érica Silva: guitarra e voz

Lilian Nakahodo: teclas e synths                                                                                                                                          Larissa Conforto: bateria

Produção musical e arranjos: Érica Silva

Edição e mixagem: Vinícius Nisi


SOBRE ANA LAROUSSE


Ana canta o que dói de um jeito que salva. Suas melodias emanam luz sépia e neblina. E mesmo após o amanhecer, essa mulher sabe cantar ainda mais baixinho, que é para não espantar as ausências.


Ficou nacionalmente conhecida por participar do hit d’A Banda Mais Bonita da Cidade, “Oração”, de (2011).

Ana Larousse, por Coagula

Compositora, cantora, musicista e poeta, desde que lançou seu primeiro disco, “Tudo Começou Aqui” (2014), se apresentou em diversos teatros, festivais e casas de show do país, tendo passado por quase todos os estados brasileiros com seu trabalho autoral. 


Teatro Rival, Studio SP, Festival Psicodália, Virada Cultural de Curitiba, Festival Sonora SP, Casa Natura Musical e Fifa FunFest foram alguns dos lugares por onde Ana cantou suas poesias. Conhecida por ser uma artista autogestora e de forte posicionamento feminista e a favor dos direitos LGBTQIA+, é tida como uma das mais fortes letristas da nova geração da música nacional.


Curitibana, formada em arte contemporânea em Paris, hoje reside em São Paulo onde está preparando o lançamento do seus novos trabalho de estúdio e do seu primeiro livro.


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