Grupo Folclórico Raízes de Bolívia preserva cultura de antepassados de origem andina-amazônica, sendo o único representante de um país latino no evento paranaense.|
Ele é considerado um dos grupos mais jovens filiados à Aintepar, entidade que realiza há quase seis décadas o Festival Folclórico de Etnias do Paraná. E desde que chegou, em 2012, trouxe ainda mais alegria às noites de apresentação do evento, que celebra as manifestações artísticas e culturais dos povos que formaram o nosso Estado.
Afinal, a comunidade boliviana também está presente em nossa região e preserva sua cultura com várias atividades, que vão da gastronomia típica às danças folclóricas.
Marcelo Bilbao Adad é diretor, fundador e relações públicas do Grupo Folclórico Raízes de Bolívia (GF-RDB). Ele conta que tudo começou com um grupo de dança do Centro Cultural Boliviano do Paraná, que é a entidade matriz, em atividade desde 2005.
Atualmente com 29 integrantes, o número de participantes varia a cada ano e conta também com a presença e a colaboração das crianças do Grupo Infantil “Semillas de Bolívia”, formada por filhos e filhas dos associados do Centro Cultural, e de crianças oriundas de uma entidade que presta assistência infantil em Curitiba.
O Grupo possui um repertório de coreografias cativantes que remetem, basicamente, às lendas da Bolívia e às lutas históricas de seu povo. O orgulho de pertencer a uma etnia tão cheia de cores, ritmos e movimentos faz as apresentações do Raízes sempre mexer com o público.
É impossível ficar parado! Dá vontade de seguir os batuques com o pé, mesmo sentado na poltrona, ou de sair pelo teatro dançando com eles.
Mas diante desta impossibilidade atual de reunir todo mundo pra dançar e se confraternizar, o Grupo também vem passando por um momento bastante incomum.
“Exige muita paciência, mas estamos cumprimos com todas as determinações das autoridades, mantendo o isolamento social e, portanto, sem ensaios. Virtualmente, fizemos algumas reuniões entre a diretoria e os integrantes para levantar sugestões e iniciativas de modo a amenizar esse período de pandemia. Nossa coreógrafa e ensaiadora Letícia Castro também gravou alguns vídeos, que foram encaminhados aos novos integrantes, e fizemos algumas postagens de apresentações anteriores para manter a chama do folclore acesa entre toda nossa comunidade”, conta.
Marcelo conta que, felizmente, não houveram casos de contaminação por Covid19 entre os integrantes do grupo, justamente por todos estarem levando o assunto com muita seriedade e tomando todos os cuidados.
“Todos nossos integrantes e suas famílias estão bem de saúde, se cuidando bastante e entendendo que o bem maior é nossa saúde e devemos fazer de tudo para protegê-la sempre, muito mais ainda nessa pandemia.”
Ainda assim não foi possível evitar que isso tudo prejudicasse o ingresso de novos integrantes ou que houvesse o cancelamento de alguns eventos tão esperados. Dentre eles, a 59ª edição do Festival Folclórico de Etnias, no palco do Teatro Guaíra.
“Ficamos felizes que, ao menos, o Festival não passará em branco e terá um formato virtual adaptado, de 15 a 30 de agosto. Mas por outro lado também perdemos apresentações em Porto Alegre, num evento que reuniria este ano toda nossa comunidade boliviana, e a festa do 195º aniversário da independência da Bolívia, programada para agosto em nossa capital”.
Paralelamente, por ocasião do oitavo aniversário do RDB, o Grupo publicou em suas redes sociais parte do histórico desfile folclórico na Av.Paulista em Sao Paulo, em 2017, onde participaram como convidados especiais. Aproveitaram também, para projetar a renovação dos figurinos com informações direto da fonte, mas foi um trabalho que ficou um pouquinho prejudicado em função das ações restritivas bolivianas serem um pouquinho mais severas.
“Mantemos contato permanente via internet com nossa representante em La Paz, capital da Bolívia. E eles lá, infelizmente, estão enfrentando um isolamento mais radical que o Brasil, e isso de alguma maneira, dificultou um pouco a nossa pesquisa. Mas entendemos que com saúde não se brinca”, destaca.
Dançar de máscaras está longe de ser uma solução viável para eles. Segundo Marcelo, isso prejudicaria o desempenho dos dançarinos envolvidos por intensos movimentos. Porém, não descartam a ideia de, temporariamente após pandemia, reduzirem o número de integrantes por dança, priorizando coreografias solo ou de casais.
A ideia de reapresentar essa retrospectiva no festival paranaense, na segunda quinzena de agosto, animou o grupo boliviano. Será uma oportunidade de todos matarem as saudades e conhecer um pouco mais sobre outras culturas também, diz Marcelo.
“Precisamos neste momento ter paciência e boa disposição, e pedir para que todos aproveitem esse tempo em casa e assistir aos vídeos de festivais dos anos anteriores. É bom até pra quem nunca assistiu uma apresentação nossa, conhecer e valorizar as outras etnias também”.
A apresentação do Grupo Folclórico Raízes de Bolívia será no dia 29 de agosto, às 20h, com transmissão pelos canais oficiais do Festival.
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