Homenagem a Gal Costa revisita repertório da artista, na voz de Adriana Calcanhotto
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Homenagem a Gal Costa revisita repertório da artista, na voz de Adriana Calcanhotto

Aplaudida de pé, a cantora gaúcha emocionou a plateia e foi aclamada pelo público curitibano na noite desta sexta-feira.

Adriana Calcanhotto no palco do Teatro Guaíra | Fotos: Lana Seganfredo / Toca Cultural

Em maio de 2022, Curitiba assistiu - no Teatro Guaíra - pela última vez um show da eterna Gal Costa. Dona de uma das vozes mais emblemáticas da música brasileira, ela deixou um legado inesquecível de grandes sucessos, que marcaram diferentes épocas do Brasil. Sempre com muita sensibilidade para traduzir as dores e os amores, ilusões, poesias e decepções, Gal Costa costumava dizer que quando estava no palco era tomada de uma “entidade” que não sabia explicar, uma força estranha que era capaz de transcender em suas interpretações.


Ao longo de 57 anos, ela lançou mais de 40 discos, e aqui, nesse mesmo palco do Teatro Guaíra, brilhou inúmeras vezes homenageando Milton Nascimento, Caetano Veloso e até cantando “Garota de Ipanema” de Tom Jobim ao lado da diva americana Dionne Warwick. Aliás, a prima de Whitney Houston estará em Curitiba em alguns dias para um novo show, será imperdível!


Bom, mas o que dizer de Adriana Calcanhotto revisitando tantos sucessos de Gal Costa, nesse mesmo palco, quase exato UM ANO DEPOIS, nessa turnê especial que ainda passa por Belo Horizonte, São Paulo e Salvador? Acredito que a palavra que defina esse momento é: saudade. Sim, é lindo ver Adriana reencontrando Gal em tantos momentos no palco, mas com sua pitada mais sutil, menos explosiva, mas não menos potente. Foi lindo! Foi uma saudade boa de sentir!


A gaúcha de olhos azuis brilhou e fez despertar no público um sentimento de saudosismo, de aperto no peito que a gente demorou a entender ou lembrar que estava ali. Sim, porque Gal continua viva em todos nós! Que saudade de cantar bem alto Baby, de Gabriela, de Caras e Bocas, daquele Dia de Domingo… Foi muito bom cantar isso tudo outra vez, e ouvir estas letras novamente na voz de uma intérprete tão especial. No refrão de “Volta, vem viver outra vez ao meu lado”, composta por Lupicínio Rodrigues, parecia que o público cantava junto como se estivesse clamando pela volta da musa, ou sentindo Gal ali, outra vez, ao lado de Adriana.


A cantora também trouxe várias histórias que Gal contava em seus shows, dançou, tocou violão, percussão e até cantou deitada em “The Laziest Gal in Town” (como Gal interpretava).

Trouxe de Lupicínio Rodrigues até música própria, como "Esquadros" - que fez todo mundo cantar junto, e arriscou-se em “Índia” (que na minha opinião poderia ter ficado de fora do repertório, ou ser substituída por “Brasil” de Cazuza, ou até “Aquarela do Brasil” - que fez falta nesse recorte histórico).


Em determinado momento, Adriana destacou a presença cênica de um banquinho, que acompanhava a artista nos shows da turnê “Fatal”, e que foi adquirido pela fã Juliana Crispim.

“Queria partilhar com vocês uma alegria enorme, uma generosidade sem par, da Juliana Crispim que é uma grande fã, como nós, de Gal Costa, que comprou o banquinho que ela usava no show fatal. E ela trouxe o banquinho aqui para o palco, aqui pra nós. E esse banquinho veio no colo dela, do Rio até aqui. Juliana não sei mais fazer shows sem esse banquinho, lamento informar”, avisou, seguida de risos e aplausos da plateia.

Ao final, Adriana levantou o público com “Bloco do Prazer”, fazendo lembrar a alegria que sempre tomou a artista - que costumava dizer: “Eu tenho um espírito muito jovem, meu corpo não acompanha a idade cronológica”. E no Bis, “Um dia de Domingo” transformou o Guaíra num grande coro, e, pra fechar ela trouxe “Dê um rolê”, sucesso de 1971. E nesse momento, Adriana, reviveu uma performance que marcou a carreira de Gal Costa quando chocou o país em 1994 ao cantar Cazuza, em show no Rio de Janeiro, com os seios de fora.


“Coisas sagradas, permanecem”. Realmente! O nome do espetáculo não poderia ser mais acertivo. Que noite deliciosa, que reencontro com a obra de Gal. Obrigada Adriana por permitir que pudéssemos reviver estes momentos.


POR: LANA SEGANFREDO


REPERTÓRIO COMPLETO

Recanto Escuro | Baby | Meu nome é Gal | Caras e bocas | Quando | Quando você olha pra ela | Folhetim | Volta | Só Louco | Tema de amor de Gabriela | Nuvem Negra | Solitude | The Laziest Gal in Town | India | Sim, Foi Você | Hoje | Livre do Amor | Esquadros | Negro Amor | Vapor Barato | Mãe menininha / É D'Oxum | Bloco do Prazer | (bis) - Um dia de Domingo | Dê um Rolê.


GALERIA DE IMAGENS:

CRÉDITO: LANA SEGANFRDO / TOCA CULTURAL


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