Espaço homenageia escritora galega Rosalía de Castro, e possui o maior acervo de obras do idioma espanhol do Paraná, disponível para a comunidade.
Depois de uma revitalização completa, a Biblioteca do Instituto Cervantes Curitiba ganhou um nome. E não é qualquer um, mas um nome de peso: Biblioteca Rosalía de Castro. A iniciativa segue uma tradição do Instituto Cervantes de homenagear escritores do idioma e, no caso, trata-se de uma escritora galega muito reconhecida e admirada da cultura ibérica. Alguns críticos consideram que a poesia de Rosalía de Castro (1837-1885) é a mais bem produzida no século 19 na Espanha. Isso porque seus versos brancos com ritmos irregulares representaram uma revolução no estilo poético espanhol, antecipando o Modernismo.
O espaço foi batizado no último dia 20, terça-feira, na presença de autoridades do Instituto Cervantes, de Madri – Espanha, que fizeram questão de participar deste momento. “Rosalía de Castro é uma figura fundamental na cultura espanhola e galega”, disse o Diretor geral do Instituto Cervantes, Luis Garcia Montero, que aproveitou a oportunidade para apresentar à comunidade presente o novo diretor do Instituto Cervantes em Curitiba, Juan Manuel Casado Ramos. “É um enorme prazer estar aqui, pois para esta biblioteca, que não tinha um nome ainda, conseguimos um dos melhores nomes disponíveis de uma poeta galega – Rosalía de Castro”, disse Casado.
Também estiveram presentes na ocasião, a presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Ana Cristina de Castro, representando o prefeito municipal de Curitiba Rafael Greca; o cônsul geral adjunto da Espanha em São Paulo, Gonzalo Javier Moro Aguilar; a presidente do Conselho da Cultura Galega Rosario Álvarez Blanco; a chefe do escritório de representação do Ministério de Relações Exteriores no Paraná, a embaixadora Lígia Maria Scherer, representando o Itamaraty; a secretária geral do Instituto Cervantes, Carmen Noguero Galilea; a diretora de Cultura do Instituto Cervantes, Raquel Caleya Caña; o diretor de Recursos Humanos do Instituto Cervantes, Manuel Segovia Vargas; além de outras autoridades e representantes da comunidade ibero-americana em Curitiba. Os convidados também conheceram a música galega na voz da cantora e compositora Sheila Blanco.
A Biblioteca Rosalía de Castro
Logo na entrada da Biblioteca, o leitor pode apreciar itens curiosos pertinentes à Rosalía de Castro, como uma cédula com sua face, uma partitura e um disco de vinil que trazem uma poesia musicada, e outros. A inovação da escrita de Rosalía e suas frases curtas, permitiram que os poemas fossem musicados e alguns trechos de suas obras estão impressos nas prateleiras do local. O espaço ainda conta com uma área especialmente desenvolvida para crianças, com mesas e almofadas coloridas e obras infantis, além de jogos no idioma espanhol.
A Biblioteca abriu ao público em 2007, quando o Instituto Cervantes foi inaugurado na capital paranaense. Inclui em suas coleções os fundos do antigo Centro Cultural Brasil-Espanha e novos títulos adquiridos pelo Instituto Cervantes, referentes à cultura espanhola. A consulta de seu acervo (físico e eletrônico) é aberta ao público e contém obras de referência, livros, revistas, filmes e CDs de música, além de audiolivros, e-books e bases de dados, que pode ser consultado pelo catálogo online. O espaço conta com acesso à internet e mesas de estudo, contando com serviços de empréstimo de obras, pesquisa de informações, elaboração de bibliografias e visitas guiadas. Na biblioteca, também ocorrem círculos de leitura, com obras de escritores e personalidades espanholas e latino-americanas, e outros eventos.
Exposição inédita inaugura nova fase da Biblioteca
A Biblioteca Rosalía de Castro é também um espaço multicultural. Junto com o batizado do espaço, com seu novo nome, também abre a exposição “Galicia Imaxinada nas Revistas da Emigración”.
A mostra é inédita na cidade, porém, é itinerante. Já ocorreu em outras sedes do Instituto Cervantes. A sua proposta é retratar a Galícia dos emigrantes por meio de 20 painéis, que mostram a influência da emigração na criação da imagem da Galícia nos séculos XIX e XX, seja em relação a seus símbolos pátrios, como a bandeira e o hino.
O Brasil, ao lado de Cuba, Argentina, Uruguai e México receberam a maior parte dos galegos desde o último terço do século XIX. Buenos Aires, por exemplo, era uma metrópole galega em 1914.
Sobre o Instituto Cervantes
O Instituto Cervantes é uma entidade sem fins lucrativos criada pelo governo da Espanha em 1991. Sua missão é promover o ensino do espanhol e das línguas co-oficiais da Espanha, assim como contribuir para a difusão da cultura dos países de fala espanhola. Com mais de 200 mil estudantes por ano, o Instituto Cervantes é a maior instituição mundial dedicada ao ensino do espanhol. Atualmente está presente em 86 cidades de 43 países. Recebeu o Prêmio Príncipe de Astúrias em 2005 na categoria de Comunicação e Humanidades.
O Instituto também se encarrega de organizar os exames para o Diploma de Espanhol como Língua Estrangeira (DELE), assim como de expedir certificados e diplomas oficiais para os participantes de seus cursos; organizar cursos de espanhol; organizar cursos de formação para professores de espanhol; apoiar a hispanistas nas suas atividades; e estimular atividades culturais em colaboração com outras organizações. O trabalho do Instituto Cervantes é dirigido por representantes do mundo acadêmico, cultural e literário do âmbito espanhol e hispano-americano.
A Biblioteca Rosalía de Castro – Instituto Cervantes Curitiba já está aberta ao público, às segundas, quintas e sextas-feiras, das 9h às 12h / E às terças e quartas-feiras, das 16h às 19h. Fica na Rua Ubaldino do Amaral, 927 Alto da XV, Curitiba - PR - Brasil
Tel.: 55 41 3362 7320
e-mail: bibcuri@cervantes.es
Rosalía de Castro
Escritora galega nascida em 24 de fevereiro de 1837, em Santiago de Compostela (Espanha). Viveu em Madri, onde publicou seu primeiro livro “La flor”. Mudou-se definitivamente para Galiza, empreendendo uma carreira que a transformaria na maior poeta dessa região.
“Os Cantares gallegos” foram inspirados em antigas canções regionais e apresentam sob o ritmo de dança as angústias da alma popular. Empregando metros e ritmos pouco convencionais, a poeta exprime crenças arcaicas de raça céltica, seu sofrimento e o medo do invisível.
Esses mesmos sentimentos surgem no livro "Em las orillas del Sar", escrito em castelhano. Para Otto Maria Carpeaux, Rosalía é uma "autêntica contemporânea da poesia do desespero, acrescentando ao desespero a compaixão pela miséria de seu povo. Compaixão que a leva a examinar os motivos sociais da 'inaplicable angustia' que domina o país dos emigrantes e dos órfãos.
Alguns críticos consideram que a poesia de Rosalía de Castro é a melhor produzida no século 19 na Espanha. Seus versos brancos e ritmos irregulares representaram uma revolução do estilo poético espanhol, antecipando o Modernismo. Ela faleceu em 15 de julho de 1885, em La Matanza (Espanha)
Fonte: Enciclopédia Mirador Internacional, retirado de https://educacao.uol.com.br/biografias/rosalia-de-castro.htm?cmpid=copiaecola
Informações: Gisele Passos
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