Meia Lua inteira no palco do Teatro Paiol
- Toca Cultural
- há 21 minutos
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Multiartista paranaense, com mais de 35 anos de trajetória, celebra a força da mulher negra no lançamento do primeiro disco autoral.

“Eu não escolhi a Música, foi ela quem me escolheu”, declara a multiartista, Meia Lua, codinome da cantora, compositora, percussionista, capoeirista e atriz paranaense que faz no palco do Teatro Paiol, no dia 07 de maio, o show de lançamento de seu primeiro trabalho autoral. O EP Meia Lua – Simetria celebra a força da mulher negra, musicista e agente das culturas tradicionais.
“Depois de mais de 35 anos de caminhada na arte, na educação e na resistência, subo ao palco com um repertório que nasce da minha história e da nossa ancestralidade”, afirma, sobre a apresentação que acontece às 20h, com entrada franca.
Em Meia Lua – Simetria, a artista se debruça sobre seu repertório de Samba Canção, Bossa Nova, Rock, Baião/Maracatu e Partido Alto, em cinco faixas que mostram algumas das facetas da compositora. O projeto Simetria também vai oferecer três vídeo clipes, que serão disponibilizados nas redes da artista e duas oficinas: O contexto da mulher nas rodas de samba, com pocket show e bate papo, que acontece no dia 25 de maio, na Casa Ará Espaço Cultural.
“A oficina se fará com a contextualização do Samba no Brasil e no mundo, a presença feminina que chega com força nas Rodas de Samba, principalmente em Curitiba e, claro, sobre a baixa autoestima de algumas mulheres que ainda não desabrocharam para as delícias das Rodas que também nos pertencem por direito”, adianta.
Com uma extensa caminhada nas artes da capital, ao longo de mais de três décadas, Lua é presença certa em rodas de Choro e de samba de Curitiba e Região. Esperou um longo tempo até o lançamento deste seu primeiro EP autoral. “Justamente pela falta de oportunidade que a mulher negra ainda enfrenta, mesmo com todo empoderamento Afro-brasileiro. Mas, agora, aí estão os Editais de leis de incentivo colocando a mulher negra, também, onde ela quiser”, pontua, comentando os projetos aprovados em leis de incentivo à cultura do País.
“Este projeto sempre esteve dentro de mim, e apesar de, ainda, não ter conseguido realizar o sonho de um álbum completo, estou muito feliz em poder levar a minha arte musical às pessoas, pois com certeza é o melhor de mim”, diz ela. “Neste EP faço um passeio por variados gêneros musicais e por toda minha Ancestralidade Negra, que resgata e transforma toda uma sociedade”, completa.
Lua nasceu em Cianorte, filha de um casal de multiartistas mineiros, contadores de “causos” e mestres de cultura tradicional. O pai, Vitor - cantor, compositor, trovador, Mestre de Folia de Reis e Congadas – e a mãe, Laura - cantora, brincante, lavadeira de Maré -, alimentaram a base cultural da menina que cresceu em meio à música, à dança, ao teatro de rua e as artes circenses. A familiaridade com a construção de instrumentos musicais completa a formação orgânica da artista, que faz de suas heranças culturais um amálgama para sua personalidade que começou a ser formado antes ainda do berço, já na barriga da mãe.
Não por acaso, Lua começou a escrever ainda criança os Hai-kais e poesias que se tornariam suas composições musicais. O nome artístico vem da capoeira, a arte da ginga que ela pratica há mais de três décadas. “Minha musicalidade sempre esteve organicamente em mim. As brincadeiras de minha infância sempre foram musicais/teatrais e a frase do meu pai sempre foi respeitada: ‘Bora pra Rua, que a Rua é Nossa’. Quando Pai? ‘Agora, que amanhã pode ser tarde’. A Rua sempre foi palco pros Maracatus, Folias de Reis, Reisados, Samba de Roda e Congadas”, lembra, citando o pai, que criou seu próprio cavaquinho “e todas as percussões possíveis, que foram nossos brinquedos de criança”.
Autodidata criada nas Rodas de Samba, Jongo, capoeira e maculelê e todas as culturas afro-brasileiras, a Licenciatura em Música só chegou em 2015 – UNESPAR/FAP - por pura curiosidade e vontade de expandir conhecimentos, que se completaram com a especialização em Musicoterapia e Psicopedagogia. Na capoeira, ela aprendeu a ser forte, a cair e levantar rápido, não dando oportunidade para ninguém repetir a dose. Aprendeu também a valorizar a sua beleza negra, amar o cabelo crespo e a enfrentar o machismo e o racismo. “Ou qualquer outra modalidade negativa, aprendi a dormir com um olho aberto e o outro fechado”.
Serviço:
Lançamento do EP Meia Lua - Simetria
Quando: 7 de maio de 2025, às 20h
Onde: Teatro Paiol (Praça Guido Viaro, s/n)
Quanto: Entrada franca.
Ingressos antecipados: https://pixta.me/u/meia-lua-simetria-teatro-paiol
Para conhecer a artista: @meialua.cantautora
Para ouvir o disco na plataforma de sua preferência: https://offstep.link/233018065456
PROJETO REALIZADO COM RECURSOS DO PROGRAMA DE APOIO E INCENTIVO À CULTURA – FUNDAÇÃO CULTURAL DE CURITIBA E DA PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA.
Incentivo: Ebanx
Informações: Adri Perin
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