O cantor e compositor mineiro Noel Ventura, uma das vozes da dupla Nonato e Noel, está de volta, com o lançamento dos singles “O Tempo Para Pra Nós Dois” e “Aquele Vestidinho Rosa”.
Enquanto trabalha na divulgação das novas músicas, Noel prepara o cardápio de seu primeiro show solo, que vai reunir canções inéditas, algumas que ele gosta de cantar, mas que nunca apresentou ao vivo e, claro, clássicos do repertório sertanejo, gênero que o artista conhece em todas as suas modalidades.
Nesta nova fase, Noel Ventura vai privilegiar as canções mais românticas, “canções que celebram o amor, as paixões intensas, as histórias que duram, que permanecem”, explica o cantor. Isso, claro, não impede a inclusão de músicas mais dramáticas. “Tudo faz parte da vida, tanto a “sofrência” quanto o amor que perdura”, comenta.
“Estou novamente sentindo prazer em cantar e confio que o reencontro com o público será maravilhoso, estimulante”, afirma o artista, que se mostra bem preparado e empolgado para seu retorno aos palcos.
Confira:
Aprendendo a cantar e conhecendo as canções
“Como a grande maioria dos cantores, comecei a cantar ainda criança, muitas vezes sozinho”, conta, lembrando que seu primeiro ‘palco’ foi o telhado da casa dos pais, onde, tímido, se escondia para soltar a voz.
Ele lembra também que os pais cantavam em dupla as músicas de Cascatinha e Inhana. “Minha mãe cantava muito agudo, eu adorava o dueto que eles faziam, achava fascinante”. Seduzido pela música sertaneja, Noel foi acompanhando as novidades: ouviu Jacó e Jacozinho (“Muleta de Aroeira” foi uma das primeiras que aprendeu a cantar), Lourenço e Lourival, Milionário e José Rico, Liu e Léo, Durval e Davi, Trio Parada Dura, Léo Canhoto e Robertinho, chegando ao popular romântico de José Augusto, Fábio Jr., Odair José e Amado Batista, entre outros.
No entanto, os artistas que despertaram no adolescente a vontade de cantar, de ser artista, foram os pequenos da Turma do Balão Mágico (“eu adorava, até matava aula, para assistir ao programa”) e Donizeti (famoso por “Galopeira”). “Se eles podem, por que não eu também? ”, imaginou. Em seguida conheceu Chitãozinho e Xororó, que trouxeram outras novidades ao jovem cantor. “Quando ouvi “Majestade, o Sabiá”, “Fio de Cabelo”, “Meninos do Brasil” e “Evidências”, passei a prestar atenção nas vozes, na maneira de cantar e na afinação”, revela.
Belo-Horizontino criado na vizinha Ribeirão das Neves, no bairro Botafogo, Noel iniciou cedo sua trajetória profissional, a exemplo de alguns de seus ídolos. Quando tinha 15 anos, um amigo do seu pai, que era diretor de um clube de Justinópolis, sabendo de sua vocação, convidou-o para cantar na “Festa da Primavera”, junto com Antônio Carlos e Renato e Bob e Billy, acompanhado por uma banda de rock chamada Opinião Pública. “Foi uma apresentação empolgante, imagine: repertório sertanejo com banda de rock pesado”, comenta. Noel acabou sendo convidado para cantar com eles em shows pelo interior do estado.
Trajetória de sucesso
Aos 17 anos, Noel foi convidado para formar dupla com Nonato, que já tinha uma carreira estabelecida e conhecia bem o mercado musical. Antes mesmo de atingir a maioridade, Noel se tornava artista profissional. “Pra mim era tudo novidade, fui aprendendo na prática, no dia a dia”, conta.
Logo em seguida surgiu a oportunidade de cantar em estabelecimentos que integravam o disputado circuito sertanejo da capital mineira, como a Cachaçaria Alambique, onde permaneceram por duas décadas, Canga e Candeia e Cervejaria Três Lobos. “A famosa ‘Segunda Sem Lei’ na Cachaçaria era muito disputada e bem divertida”, comenta. Após, a dupla passou a se apresentar também pelo interior de Minas e outros estados.
Nonato e Noel lançaram três CDs, em 1996, 2000 (“Pra lá de Cem”) e 2006 (“Flor Morena”), e ganharam, por dois anos consecutivos, 1998 e 1999, o prêmio “Pro Music” de melhor dupla mineira. Um momento memorável na trajetória da dupla foi a participação, em 2003, no mega show “Liberdade Faz a Festa”, tradicional evento beneficente que reuniu vários artistas e atraiu 90 mil pessoas ao Parque de Exposições de Betim (MG).
Com o fim da dupla, Noel Ventura seguiu outros caminhos profissionais e dedicou mais tempo à família. “Abandonei tudo relacionado à música, me isolei mesmo, por muitos anos. Foi uma ruptura pesada”, relembra. “Mas, ainda bem, a música é uma terapia, um ótimo remédio para a alma”, festeja o cantor.
Repertório autoral
Noel Ventura pretende incluir no próximo repertório de shows canções de sua própria autoria, além de clássicos da música sertaneja e outros temas que gosta de cantar. “Tenho muitas músicas inéditas e outras em produção”, diz, animado com seu novo projeto.
“Só o fato de estar fazendo isso novamente me deixa muito feliz. Estou me sentindo como um adolescente, de tanta vibração”.
O cantor não teve uma educação musical regular. Nem tempo para isso, uma vez que, adolescente ainda, já estava trabalhando na noite. Seu aprendizado consolidou-se na ‘estrada da vida’: na convivência com outros músicos, na observação do cotidiano e também de sua determinação em crescer como artista.
Noel tem um modo particular de ‘escrever’ suas canções: “Faço a melodia primeiro, ou pelo menos parte dela, e gravo. Depois é que vou construindo a letra”, conta. Tudo isso sem usar qualquer instrumento, mas já pensando na cadência e na sonoridade que pretende imprimir à canção: uma passagem de guitarra, um solo de acordeom, coro vocal, duetos...
“Ganhei um violão aos dez anos, mas ainda não aprendi a tocar o bendito”, diverte-se. E para sua satisfação, o que não falta em sua convivência são músicos talentosos e prontos a seguir com ele em sua viagem sonora.
Noel Ventura tem, portanto, ainda muito a apresentar ao público: dezenas de canções prontas para gravação, um repertório de canções românticas, sensuais e inspiradoras e uma performance ao vivo para aquecer o corpo e comover o coração.
A gravadora é a NAZA MUSIC e este novo trabalho já está disponível em todas as plataformas de música: https://bfan.link/aquele-vestidinho-rosa-1
As informações são de Luciana Braga
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