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Vida e obra de Paulo Leminski ganha série de homenagens com espaço cultural, estátua, festival e homenagem na Flip

Artista é celebrado em âmbito nacional e em sua amada Curitiba.

Paulo Leminski | Crédito: Avani Stein
Paulo Leminski | Crédito: Avani Stein

A obra e a trajetória de Paulo Leminski, um dos mais inventivos e populares nomes da literatura brasileira, ganham uma série de homenagens que reforçam sua importância na história e influência para novas gerações. Poeta, romancista, compositor, tradutor e figura central da produção literária de Curitiba, Leminski foi celebrado recentemente com a inauguração de um espaço cultural permanente, uma escultura em bronze, a nova edição de festival e a escolha como autor homenageado da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) 2025.


Uma das surpresas foi a inauguração do Espaço Paulo Leminski, dentro do recém-criado Parque Jaime Lerner, que abriga também a icônica Pedreira Paulo Leminski e a Ópera de Arame. Idealizado pelo Instituto Paulo Leminski em parceria com a gestão do parque, o novo espaço cultural abriga uma exposição permanente e inédita sobre a vida e a obra do autor. Dividida em três núcleos (Vida, Música e Literatura), a mostra reúne manuscritos, objetos pessoais, vídeos, áudios e experiências imersivas, proporcionando ao público um mergulho na produção vanguardista de Leminski. O espaço, em menos de um mês, recebeu 40 mil visitantes.


“Pensamos em um lugar onde turistas, curiosos, pessoas de todas as idades possam mergulhar na vida e obra do nosso pai, que sempre foram uma coisa só”, afirma Estrela Ruiz Leminski, que assina a curadoria da exposição ao lado da irmã Áurea Leminski. Para Áurea, o espaço cumpre uma função importante para o público que visita a Pedreira: “Exibe e mantém ativo o legado do meu pai, principalmente para as novas gerações saberem da sua contribuição para a cultura brasileira”.

Espaço Paulo Leminski - Crédito_ Vini Moss
Espaço Paulo Leminski | Crédito: Vini Moss

O espaço também celebra a forte relação do autor com a música. Leminski compôs mais de uma centena de canções, muitas em parceria com artistas como Moraes Moreira, Itamar Assumpção e Guilherme Arantes. Sua obra foi gravada por nomes como Caetano Veloso, Zélia Duncan, Arnaldo Antunes, Ney Matogrosso e o grupo paranaense Blindagem. O projeto e execução tem expografia de Maria Baptista e apoio da Companhia das Letras, Positivo Tecnologia IA e Parque Jaime Lerner e patrocínio da Sanepar e Governo do Paraná.


Seguindo essa ligação com a música, Curitiba sediará a segunda edição do Festival Paulo Leminski, marcado para o dia 30 de agosto, novamente na Pedreira e desta vez com Lenine, Jards Macalé, Leminskanções e Raissa Fayet. A programação une música, poesia, arte e outras expressões culturais que dialogam com o espírito multifacetado do autor. O Festival Paulo Leminski tem patrocínio da Itaipu Binacional e apoio da Cerveja Praya, Fecomércio PR e Sesc, Fundação Cultural de Curitiba, Prefeitura de Curitiba e Secretaria de Turismo do Paraná.


O evento acontecerá poucos dias após a inauguração de uma escultura em bronze. A obra será revelada ao público no dia 24 de agosto – data em que Leminski completaria 81 anos – na Pedreira Paulo Leminski, um dos maiores palcos a céu aberto da América Latina. A obra, assinada pelo artista Rafael Sartori, retrata o poeta sentado em um banco de bar com um violão ao lado e foi desenvolvida a partir de imagens cedidas pela família, com o objetivo de transmitir a presença e a personalidade irreverente do autor.


A ministra Margareth Menezes, Estrela Leminski e o presidente Lula com a homenagem à Paulo Leminski - Crédito: Ricardo Stuckert
A ministra Margareth Menezes, Estrela Leminski e o presidente Lula com a homenagem à Paulo Leminski - Foto: Ricardo Stuckert

As homenagens coroam um momento de renovado interesse pela obra do autor curitibano. Como o autor homenageado da Flip 2025, a celebração da obra do artista teve mesas esgotadas, 10% a mais de público que edições anteriores e foi o segundo autor mais vendido do evento. O que reforça o reconhecimento nacional da sua obra, que segue influenciando leitores e criadores de diferentes gerações. Em maio deste ano, Leminski recebeu in memoriam a honraria Grã-Cruz da Ordem do Mérito Cultural, a mais alta condecoração cultural do Governo Federal.


Entre as figuras que celebraram essa conquista, Estrela Leminski destacou o entusiasmo que o pai teria sentido com a honraria: “Apesar de subversivo e sempre orgulhoso da sua produção marginal, meu pai era um grande entusiasta da própria obra. Se estivesse vivo, estaria completamente orgulhoso – e metido pra caramba – com esse reconhecimento”.


Com tantas iniciativas em curso, o nome de Paulo Leminski segue vivo e pulsante na memória afetiva e cultural do Brasil. Sua poesia, que transita entre o haicai e a canção popular, entre o zen budismo e a contracultura, encontra agora novas formas de ser acessada, sentida e celebrada.


Conheça Paulo Leminski:

Nascido em Curitiba em 1944, Leminski fez de sua vida uma busca pelo sublime. Seja pela procura religiosa, vinda da vontade de ser monge que o levou a passar parte da juventude em um mosteiro, até a filosofia zen que marcou sua obra, passando pelo minimalismo do dia a dia dos haicais. A forma poética japonesa, aliás, teve no autor um de seus grandes divulgadores no Brasil. 


Em 1975 começa uma série de lançamentos de trabalhos que se tornaram marcos na literatura brasileira com “Catatau”, em prosa, e dos escritos poéticos independentes  “Quarenta clics em Curitiba” (com o fotógrafo Jack Pires) em 1976 e “Não fosse isso e era menos não fosse tanto e era quase” e “Polonaises”, ambos de 1980. A repercussão destes trabalhos foram base para o seminal “Caprichos e relaxos” (1983). Quatro anos depois lança seu último livro em vida, o cultuado “Distraídos venceremos”.


Como tradutor, Leminski trouxe para nossa língua textos de autores plurais como Matsuó Bashô, Beckett, James Joyce e John Lennon. Como compositor, escreveu mais de 100 canções e teve suas composições gravadas por nomes como Caetano Veloso, Itamar Assumpção, Ney Matogrosso, Paulinho Boca de Cantor e Moraes Moreira. 


Em 2013, a carreira de Leminski ganhou um renascimento com a cultuada coletânea “Toda Poesia”, best-seller com as obras poéticas completas, organizada por Alice Ruiz, que acompanhou toda a produção de sua obra. Esse trabalho apresentou o autor para toda uma nova leva de leitores e se tornou inspiração para múltiplos criadores .


Serviço:

Espaço Paulo Leminski:

Parque Jaime Lerner, na Rua da Música.

Onde comprar:

Bilheteria física: diretamente no Parque Jaime Lerner.

Online: plataforma Disk Ingressos.  

Mais informações @ruadamúsicaoficial


2ª edição Festival Paulo Leminski

Data: 30 de agosto (sábado)

Horário: das 16h às 23h59

Local: Pedreira Paulo Leminski (R. João Gava, 920 - Abranches)


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Informações: Daniel Pandeló Corrêa

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