Ulisses Iarochinski lança E-book sobre a história de Cruz Machado
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Ulisses Iarochinski lança E-book sobre a história de Cruz Machado


O jornalista e historiador Ulisses Iarochinski lançou este mês na Amazon.com seu mais recente trabalho em formato E-book. O livro de 261 páginas conta a história da maior colônia de imigrantes polacos do Brasil – Cruz Machado, pequeno município localizado há 40 km de União da Vitória.

“Cruz Machado – Lenda virou história” é resultado de cinco anos de pesquisas na Polônia e no Brasil. Mas, Iarochinski revela que levou 13 anos para publicar a obra, por ser um projeto de grande valor histórico e de alto custo.

Cruz Machado, hoje município do Sul do Estado do Paraná, foi criado como colônia de emigrantes polacos, rutenos e alemães, em 19 de dezembro de 1910. Já nos dois primeiros anos recebeu 5.500 imigrantes, sendo 95% polacos. E foi justo neste momento, que uma trágica lenda começou a ser contada.

Depois do documentário “Cruz Machado – Os Polacos e o Tifo”, Iarochinski ganhou bolsa de estudos do governo da Polônia e foi para Cracóvia escrever tese sobre o que teria sido a maior tragédia ocorrida entre os fluxos imigratórios do Brasil.

Surpresas e contradições foram surgindo ao longo das pesquisas e das contraposições de informações. De um lado o depoimento de pessoas com quase cem anos de idade, e de outro documentos primários, publicações oficiais, jornais da época e relatos de viajantes polacos desmentindo e desqualilificando a oralidade dos envolvidos na tal “tragédia”.

Iarochinski afirma que teóricos da historicidade falam existir ligação entre memória e identidade. Que ambas se conjugam e se apoiam para produzir uma narrativa, uma história ou um sacralizar do mito. “A memória individual é um fragmento da memória coletiva, onde membros de um grupo produzem a respeito de uma memória comum. Fontes orais nos contam não apenas o que o povo fez, mas o que queria fazer, o que acreditava estar fazendo e o que agora pensa que fez. A história oral trabalha com lembranças. Enquanto a memória é vida, gestada por grupos vivos, em permanente evolução; a história é uma reconstrução incompleta e problemática do passado.”

Para Iarochinski “se a memória é afetiva e mágica; a história é uma operação intelectual. Exatamente como a memória, a ciência história pode remontar o passado e foi isto que aconteceu em Cruz Machado. A oralidade tomou conta da história e a subverteu, criando uma lenda fantástica e trágica para explicar as dificuldades de seu início. Ao ignorar, omitir e confundir a história real da colônia de Cruz Machado, oficializaram a lenda em detrimento dos fatos, registros e documentos”, completa o autor.

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