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Exposição fotográfica retrata quilombolas da Serra do Apon em Castro

Mostra "Passarelas da Memória", da fotojornalista Fernanda Castro, abre no dia 6 de setembro na Casa da Praça.

Fernanda Castro | Foto: Isabella Lanave
Fernanda Castro | Foto: Isabella Lanave

A Casa da Praça, em Castro, recebe no próximo sábado, 6 de setembro, a partir das 14h, a abertura da exposição “Passarelas da Memória: Quilombolas da Serra do Apon”, assinada pela fotojornalista Fernanda Castro. A mostra reúne imagens registradas ao longo de décadas nas comunidades quilombolas da região e busca valorizar a memória e a trajetória dos descendentes de pessoas escravizadas que ali viveram.


A ligação da fotógrafa com a Serra do Apon remonta a 1978, quando ainda estudante recém-formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná, recebeu do cineasta Valêncio Xavier alguns registros feitos nos quilombos. Inspirada pelo convite dele — “vá lá e fotografe” — Fernanda seguiu até a comunidade remanescente e realizou seu primeiro trabalho de caráter documental e fotojornalístico.


Anos depois, em 2005, a fotógrafa voltou ao local e produziu novo material, que permaneceu guardado. O reencontro mais recente aconteceu em 2025, quando Fernanda retornou à Serra do Apon e encontrou moradores conhecidos das antigas imagens. Entre as descobertas emocionantes, reconheceu em uma senhora, cercada por filhas e genro, a jovem que havia posado para sua câmera décadas antes.

Fernanda Castro expõe em cidade dos Campos Gerais, no Paraná
Fernanda Castro expõe em cidade dos Campos Gerais, no Paraná
“Meu objetivo, como fotojornalista, é resgatar e preservar a memória dos quilombos e quilombolas. A questão da negritude é um tema que sempre me interessa, mas a Serra do Apon tem uma importância particular para mim: foi ali que realizei meu primeiro trabalho documentarista”, explica a fotógrafa.

O nome da exposição, “Passarelas da Memória”, foi inspirado no trabalho do francês Pierre Goupillon, que também se dedica à preservação da memória histórica. Fernanda, por sua vez, ressalta que seu olhar está sempre voltado para rastrear as marcas e histórias deixadas pela população negra escravizada no passado.


A exposição conta com apoio da Secretaria de Estado do Paraná, por meio do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (Profice), e segue aberta ao público na Casa da Praça.


Informações: Zeca Leite

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