A cultura italiana nas cores e passos do Anima Dantis
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A cultura italiana nas cores e passos do Anima Dantis

Grupo Folclórico preserva tradições de imigrantes italianos há 57 anos no Paraná. |

Fundado no ano de 1963 por Ernani Zetola, em São José dos Pinhais, o Grupo Folclórico Italiano Anima Dantis tem sua história marcada pela alegria de quem tem paixão pelo folclore e pelas tradições de seus antepassados. É considerado o primeiro grupo folclórico italiano do Brasil. Em sua trajetória, no ano de 1971 teve suas atividades transferidas para Curitiba e, até 1999, se chamava Grupo Folclórico Dante Alighieri. A mudança de nome veio também acompanhada de novas coreografias, novos integrantes e um trabalho de resgate ainda mais profundo.

Atualmente, o grupo tem em seu repertório danças das regiões da Sardegna, Sicilia, Calabria, Campania, Lazio, Basilicata, Veneto, Friuli-Venezia Giulia e Molise, ou seja, norte, centro, sul e ilhas da Itália.


Os ensaios são na Paróquia Santa Maria Goretti, no Pilarzinho, e uma das principais apresentações anuais é o Festival Folclórico de Etnias do Paraná, realizado pela Aintepar. Aliás, o Anima Dantis tem orgulho em dizer que está presente no evento desde a sua segunda edição, há mais de cinco décadas. Mas este ano, num período em que os preparativos estariam à todo vapor, foi preciso fazer uma pausa devido ao distanciamento social, imposto pela pandemia de Covid19. Um momento que pegou a todos de surpresa, se excessão! E por isso, o grande Festival que seria realizado em julho, no Teatro Guaíra, precisou ser transferido para a segunda quinzena de agosto, e num formato virtual.

Lícia Jany Fritoli, presidente do Grupo Folclórico Italiano Anima Dantis, conta que todos estão com saudades, é claro, mas no momento ficar em casa ainda é a melhor solução.

“Vamos voltar sim, mas só quando for seguro para todos. Não tivemos relato de integrantes contaminados pelo coronavirus, mas seguimos prudentes e tomando todos os cuidados necessários para voltar assim que for possível”, revela.


Lícia conta que alguns eventos precisaram ser cancelados e por isso, foi praticamente impossível manter a regularidade dos ensaios.

“Paramos no dia 15 de março. Estávamos nos preparando para uma apresentação em Londrina e para as atividades do Pavilhão Étnico. Também já estávamos ensaiando para o Festival no Teatro Guaíra. Mudou tudo, de repente. Ninguém podia imaginar, mas não tivemos escolha”.


Segundo ela, dançar de máscaras não será uma solução possível e, por isso, o prazo para o retorno dos ensaios deve se prolongar um pouco mais.

“Nossas danças italianas exigem muito esforço aeróbico e proximidade entre os integrantes. Por isso, as máscaras podem dificultar a respiração e o desempenho na hora da dança. Não sei como serão as apresentações depois da pandemia, mas vamos precisar encontrar uma maneira segura para nos adaptar e seguir o que for determinado pelas autoridades da saúde”.


Realmente, dançar uma Tarantela de máscaras será um grande desafio! Mas por enquanto, o grupo vai fazendo o que pode para manter a integração entre os participantes.

“Fizemos algumas reuniões online e mantivemos nossas conversas nos aplicativos de mensagem. Aliás, temos conversado bastante, especialmente nos dias que não temos mais ensaio presencial”.

Séia e Johnny, pais de Lícia, no Alte Heimat em 1965

Lícia está no grupo há 30 anos e, desde 1996, está a frente da coordenação do Anima Dantis. Mas sua história no folclore começou muito antes de nascer. Seus pais eram integrantes de grupos de etnias distintas - ele no ucraniano e ela no italiano e, quando se conheceram, passaram a integrar o Grupo Folclórico Germânico Alte Heimat, onde permaneceram ativos até a poucos anos.


Lícia conta que o grupo tem várias famílias - pais, filhos, parentes, todo mundo é folclorista, mesmo em grupos diferentes. Ela mesma chegou a dançar no Folclore Ucraniano Barvinok quando criança, passou pelo Português Alma Lusa (grupo que seu marido também era integrante, quando se conheceram), e em 1990 seguiu para o Anima Dantis.

Lícia e Nani, juntos na vida e no folclore
“Folclore faz parte das nossas vidas e, mesmo de etnias diferentes, somos como uma única família. Atualmente somos em apenas 30 pessoas no Anima Dantis, mas todas engajadas em preservar a cultura por meio da dança e da música popular folclórica, com um toque autêntico e típico dos descendentes”, descreve.


A apresentação do Anima Dantis será a de abertura na edição virtual do Festival Folclórico de Etnias deste ano, marcada para 15 de agosto de 2020, às 20h, transmitida nos canais oficiais do evento.

Grupo paulista Passi D'Oro surgiu a partir do incentivo do Anima Dantis

No roteiro, o público vai conferir um compilado de danças apresentadas nos últimos três anos, incluindo coreografias com a participação especial do Grupo Passi D'Oro, de Pariquera-Açu, que dança no Festival com o Anima Dantis desde 2001.


E ainda vamos relembrar uma homenagem especial ao Pedro Bonavigo, acordeonista de Guarapuava. Em 2017, o "Pedrão" veio a Curitiba participar do Festival e acompanhar o Grupo infantil do Anima Dantis no clássico: La Bela Polenta.

Acordeonista de Guarapuava, Pedro Bonavigo, no Festival em 2017

Nessa edição virtual em 2020, estão todos convidados para rever estes momentos, dançar e cantar juntos em casa! Afinal, é dessa união que o mundo hoje tanto precisa, não é mesmo?

 

Galeria de Imagens de festivais anteriores registradas pela Toca Cultural





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