As tradições do Folclore Grego Neolea do Paraná
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As tradições do Folclore Grego Neolea do Paraná

Grupo representa a cultura grega no Festival Folclórico de Etnias do Paraná.|

O Festival Folclórico de Etnias do Paraná, todos os anos, reúne no palco do Teatro Guaíra, grupos multiculturais de diferentes comunidades étnicas, para celebrar as diferentes origens do povo paranaense. E dentre eles está o representante de um país do sudeste da Europa, com milhares de ilhas paradisíacas; a Grécia. Sim, o berço da nossa civilização ocidental também tem representantes morando no Brasil e não são poucos.

Sula Atanazia Frantzezos Kotzias é a coordenadora do Folclore Grego Neolea do Paraná, que tem sua sede em Curitiba. Ela participa do grupo há 35 anos, juntamente com outras dezenas de famílias, descendentes e amigos dedicados a cultura grega no Paraná.


Eles possuem uma agenda repleta de festividades ao longo do ano, regada a muito “Uzo” (bebida típica à base de anis) e um cardápio que sempre traz um delicioso carneiro assado, acompanhado de muitas frutas e outros pratos da cozinha mediterrânea.


A beleza das danças e suas coreografias de braços entrelaçados, com passos ritmados ao som de Buzukis, cítaras e instrumentos de cordas, completam o cenário. Aliás, são as danças folclóricas que movem o coração do Neolea.


Num repertório que vai do “Hassápiko”, passa pelo “Zebékiko”, até chegar ao ”Syrtaki” - também conhecida como a dança de “Zorba” ou a “dança do quebra-pratos”, a mais famosa delas. É geralmente esta a dança que encerra as apresentações, pois é neste momento que todos os integrantes se reúnem para reproduzir os passos imortalizados no cinema por Anthony Queen, no filme “Zorba - O Grego”.


Em meio à dança, são quebrados milhares de pratos cenográficos, quase como num ritual, com o significado simbólico de mandar todas as energias ruins embora. É realmente uma grande festa!


Porém, durante este primeiro semestre marcado pela necessidade de isolamento, diante da pandemia de coronavírus, a comunidade grega do Paraná se viu obrigada a ficar mais reclusa. E assim como outros grupos folclóricos, precisou cancelar toda a agenda de apresentações que teria pela frente.


“Foi muito triste para nós que gostamos da cultura e das danças gregas, porque sempre estávamos todos juntos, bem próximos, festejando a vida. Mesmo assim, ficamos em casa e procuramos manter as conversas, as brincadeiras por meio da internet, os ensaios individualmente a partir dos dvds e da interatividade das plataformas online”, conta Sula.


Infelizmente as aulas online não foram possíveis de serem realizadas, por uma série de fatores. Mas o incentivo para a continuidade da pesquisa e da busca pelo conhecimento sobre os costumes gregos foi preservado pelo grupo.


“Sempre incentivávamos as pessoas a buscar informações, a assistir os vídeos sobre as danças gregas, e assim seguimos nos ocupando da melhor maneira. Estamos unidos virtualmente, mesmo sentindo falta dessa interação humana que sempre houve entre nós.”

Sula conta que o Neolea tinha apresentações marcadas este ano em Florianópolis e outras cidades, mas tudo precisou ser cancelado. Foi difícil, mas por enquanto tem valido o esforço, uma vez que nenhum componente foi infectado pelo coronavírus.


Quanto ao retorno aos trabalhos presenciais, ela acredita que somente serão possíveis quando houver uma vacina e todos puderem se encontrar novamente com segurança, pois dançar com máscaras não será uma solução eficiente.



“Nossas danças exigem contato e esta não parece ser uma saída eficiente e salutar. Prefiro esperar o tempo que for necessário para preservar meus componentes do que incentivar ensaios presenciais agora. É preciso ficar em casa neste momento e este esforço deve ser seguido por todos, para o bem do futuro do folclore”, relata.

E é impossível não falar sobre isso sem se emocionar. Sula tem muitas saudades de todos reunidos, mas procura manter a paciência e o otimismo de que tudo vai passar logo.



“Realmente, nunca imaginei que eu iria ver isso na minha vida! A gente tenta manter o contato virtual, mas às vezes o silêncio toma conta. Quando eles se calam, sei que é por saudades uns dos outros. Mas tudo vai passar! E esse silencio, essa falta de aglomeração vai ser lembrada futuramente. Peço a Deus que tudo isso passe e que os componentes voltem fortes e saudáveis para crescer muito com isso”, acredita.

O Folclore Grego Neolea do Paraná também será uma das atrações do 59º Festival Folclórico de Etnias que, neste ano, pela primeira vez, será virtual.


A apresentação das danças gregas será no dia 28 de agosto, às 20h, nos canais oficiais do evento.



Sula acredita que este será um momento diferente da história do grupo, mas não menos importante, pois representa um período de crescimento interior, de uma mudança espiritual.


“Fico emocionada em falar nisso, porque sei que daqui a pouco estaremos todos juntos, olhando uns para os outros, numa grande comemoração. Por enquanto, precisamos colocar nossas orações em quem está trabalhando nas vacinas, cuidar das nossas famílias e amigos. Desejo que nosso futuro seja brilhante e esplêndido, sem preocupações. Se todos se ‘encolherem’ um pouco agora, depois a gente se esbalda”.


E é com essa mensagem, cheia de otimismo, que encerramos nossa entrevista de hoje.

“Tenham paciência, tudo isso vai passar! Vamos voltar mais fortes! Somos companheiros, uma família e realmente vamos voltar e mostrar pra todo mundo o que nós temos de melhor, o nosso amor pela dança”.
 

Galeria de algumas imagens do Folclore Grego Neolea em festivais anteriores:

2018 - I




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