Junak representa o folclore polonês em Festival no Paraná
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Junak representa o folclore polonês em Festival no Paraná

Evento anual terá edição virtual em agosto e contará com diferentes etnias. |

Os imigrantes poloneses chegaram ao Brasil nos séculos XIX e XX, mas foi em terras paranaenses que a comunidade criou a maior parte de suas novas raízes. Hoje eles são milhares de famílias de descendentes que, com muito orgulho e respeito, preservam suas tradições por aqui. Seja nos pratos típicos, nas danças, no sotaque e nos costumes de casa, os poloneses fazem questão de manter sua identidade.


Por isso, todos os anos em Curitiba, há quase seis décadas, um evento reúne folcloristas de todo Estado para celebrar suas origens. É o Festival Folclórico de Etnias do Paraná, que chega em 2020 a sua 59ª edição… mas de um jeitinho diferente.


Pela primeira vez em sua história, o evento será virtual e com um toque peculiar de saudosismo. Serão representadas as melhores danças e performances dos últimos anos, num compilado em vídeo, que será acompanhado de comentários ao vivo com representantes de cada um dos 16 grupos folclóricos participantes.



A ideia surgiu pela impossibilidade de realizar o Festival de maneira presencial, o que costuma lotar o Teatro Guaíra em cada noite de apresentações. E este também será o caso do Grupo Folclórico Polonês Junak, da Sociedade União Juventus, que já começou a preparar o seu menu folclórico de atrações.


A apresentação do Junak será no dia 23 de agosto, às 20h, pelos canais oficiais do Festival.



Há 22 anos, Marina Marterer Walkowicz tem o grupo como sua segunda família. Ela hoje faz parte da diretoria do Junak, mas ainda lembra com carinho de quando era criança e foi apenas assistir a uma colega da escola dançar.

“A mãe dela me incentivou e já no primeiro ensaio fiquei encantada. Fui apenas para assistir, mas não resisti e já comecei a dançar. Eu tinha oito anos”, lembra.


Assim como Marina, outros 60 componentes, em algum momento de suas vidas, foram cativados pela alegria, pelo colorido dos figurinos, pelos ritmos e pela magia que envolve a dança folclórica. Os grupos infantil e juvenil marcam, geralmente, a entrada da maioria dos folcloristas. E assim, as tradições vão sendo passadas de geração em geração.

“Não é apenas um resgate, uma coreografia comum. É uma história que estamos contando no palco, algo que representa nossas origens culturais. Nosso grupo juvenil, no ano passado, por exemplo, estava cheio de adolescentes que agora já estão ansiosos pelas danças do adulto. E assim o grupo vai seguindo e se renovando”.


Para quem vê de fora, também se orgulha. Marina lembra que em 2008, numa apresentação do Grupo no Festival de Rzeszów, na Polônia, a emoção do público falava por si.


"O grupo todo se emocionou muito ao dançar o "Mazur", dança nacional, na noite principal do festival. Quando descemos do palco, vimos que a plateia toda ainda aplaudia de pé. Eu via que todos estavam com os olhos cheios de lágrimas de tanta emoção e isso nos deixou muito felizes".

Dos momentos marcantes vividos pelo Grupo, no ano passado o Junak também foi surpreendido ao final de sua apresentação no Teatro Guaíra em Curitiba, com um pedido de casamento surpresa.


Emoções, alegrias e também desafios. A história do Junak também ficará marcada pelas superações que impactaram a todos nesse período de pandemia. Sem os ensaios presenciais e assim como a maioria dos demais grupos folclóricos paranaenses, foi preciso criatividade para se reinventar e envolver os participantes, em ações pela internet.


“Os coreógrafos resgataram o tradicional aquecimento em barra, criado pela nossa antiga coreógrafa Urszula Sajda, e fizeram uma live com ela juntamente com nossos antigos coreógrafos Luis Gustavo Guarize e Sandro Barbosa para podermos fazer esse aquecimento em casa também. A live reuniu, além do nosso atual grupo, diversos ex componentes, tornando um encontro memorável”, relata Marina.

Ela conta também que o Junak promoveu outra live para os integrantes, falando sobre a importância de outras atividades correlatas para ajudar no desempenho das danças folclóricas.

“O pilates, por exemplo, pode auxiliar muito. Tivemos uma aula com a Isabel Chadi, que já participou do grupo também, e para manter os corpos aquecidos, o grupo master mantém ensaios on-line semanais”.

No entanto, vários eventos que estavam programados para 2020 precisaram ser cancelados. Dentre elas, apresentações no Pavilhão Étnico e no Bosque João Paulo II, como a tradicional festa de Páscoa, não puderam ser realizados.


“Neste ano, o Junak completou 60 anos. Faríamos um coquetel de comemoração no dia 27 de junho, e estávamos programando um espetáculo comemorativo no Festival Folclórico de Etnias do Paraná. Mas tenho certeza de que estas comemorações serão realizadas em novo momento oportuno, pois celebrar seis décadas de nossa história não pode passar em branco”.


Todas as atividades presenciais do grupo tiveram que ser canceladas e o Junak só deve voltar aos ensaios quando for considerado seguro para todos. Usar máscaras para dançar não está nos planos. Assim como em outros grupos folclóricos, as coreografias são dançadas em par, ou seja, envolve um contato físico muito próximo de outras pessoas.


“2020 está sendo um ano atípico, como nunca imaginávamos. Fomos pegos todos de surpresa e estamos seguindo todas as precauções, procurando priorizar a saúde de todos para termos continuidade com a nossa atividade que fazemos com muito amor e orgulho. Esperamos que passe logo”.

 

Galeria de Fotos das últimas apresentações, no Festival, registradas pela Toca Cultural:



2018 - 2


2018 - 1


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